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Nº 5594
Opinião

ABISMO DIGITAL

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Por Editorial | Edição do dia 23/07/2022 - Matéria atualizada em 23/07/2022 às 04h00

Reportagem do jornalista Arnaldo Ferreira publicada na edição deste fim de semana da Gazeta aborda um grande empecilho atual para a melhoria da qualidade da educação no Estado: a exclusão digital. Milhares de estudantes alagoanos não dispõem de computador nem acesso regular à internet. Eles foram os mais prejudicados durante a fase mais aguda da pandemia do novo coronavírus, que levou ao fechamento das escolas.

Nesse período, aulas, trabalhos e entretenimento tiveram de ser feitas de forma remota, mas nem todos possuem a estrutura necessária se manter conectado ao espaço virtual. A pandemia fez aumentar o fosso entre estudantes de escolas públicas privadas, aprofundando a desigualdade que já existia em relação às oportunidades de aprendizagem. Em muitos casos os alunos têm celular, mas não um plano de dados adequado para acompanhar aulas e realizar as tarefas. Geralmente os aparelhos são usados apenas para acesso às redes sociais, para passar tempo. Até mesmo os professores tiveram dificuldade de se adaptar ao ensino remoto. Especialistas ressaltam, porém, que é preciso garantir que, além da internet e computadores, as escolas tenham uma equipe capacitada a oferecer o conteúdo de forma digital. É preciso incorporar as tecnologias aos currículos e às práticas pedagógicas. O desafio mais importante e mais complexo com certeza é preparar a comunidade escolar para fazer uso da tecnologia. As possibilidades do uso de tecnologia mudam tão rapidamente que professores precisam passar por capacitações periódicas em relação ao uso da tecnologia. O abismo digital ameaça deixar o País para trás, sofrendo consequências como o aumento da informalidade no mercado de trabalho, redução da produtividade, atraso no desenvolvimento humano e profissional e redução no acesso a serviços públicos oferecidos cada vez mais por meios digitais. A transformação digital do processo de ensino e aprendizagem só vai acontecer com o reforço das políticas educacionais. Não basta apenas acesso à internet a alunos e professores. É necessário reforçar as políticas de conectividade.

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