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Nº 5822
Opinião

Rio violento ou margem comprimida

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Por Vinicius Maia Nobre. Engenheiro civil | Edição do dia 23/07/2022 - Matéria atualizada em 23/07/2022 às 04h00

Mais do que verdadeira é a frase de Bertolt Brecht grande pensador, poeta e dramaturgo alemão quando expôs “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.

Muitos anos se passaram quando em 1924, quase um século, portanto, as águas do Salgadinho após forte cheia, levaram os destroços da ponte dos Fonsecas lá para as bandas do Sobral. Sempre é conveniente ao se referir máxima enchente considerar como sendo aquela que vai se dar e nunca a que se deu. Experiência dos mais antigos comprova isso. Em 1949 as precipitações de inverno ocorreram em maio. No dia 17, foram as barreiras das encostas do Farol, Bebedouro, Mutange, Entrada do Poço, Vale do Reginaldo e outros que sinalizaram agressões do homem à natureza atingindo centenas de moradores com agravante de que 50 foram a óbito. O mais grave é que as agressões continuam e a cidade necessitando de uma eficiente rede de águas pluviais. Aos seus habitantes cabem exigir soluções técnicas e não chorarem seus mortos e perdas de seus pertences a cada inverno mais intenso. Alagoas é rica e privilegiada em seu território! Existem duas grandes vertentes em nosso Estado: a do São Francisco e do Atlântico. No nosso semiárido e sertão, as águas de suas bacias concorrem para o São Francisco tendo a União com legislação favorável a seus interesses. Os rios da vertente Atlântica (seus principais) nascem em Pernambuco com seu ponto mais alto 500 m em relação à Maceió. Bem que poderíamos usufruir dessa sua característica jogando água em seus canaviais, formando reservatórios para sua irrigação, controle primordialmente de enchentes, exploração adequada da piscicultura, ampliação do seu potencial energético com instalações de PCH (Pequenas Centrais Hidroelétricas) que nos dariam recursos suficientes para seu desenvolvimento. Até o lazer para nossos irmãos estaria na programação!

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