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Nº 5759
Opinião

Pel�

RONALD MENDONÇA * Sob o império do mercantilismo e da mediocridade a Copa do Mundo está aí. Apesar de tudo, nos damos conta que começamos a nos envolver com o clima da disputa. Nada, contudo, que lembre aquelas épocas quando a empolgação era total e par

Por | Edição do dia 20/04/2002 - Matéria atualizada em 20/04/2002 às 00h00

RONALD MENDONÇA * Sob o império do mercantilismo e da mediocridade a Copa do Mundo está aí. Apesar de tudo, nos damos conta que começamos a nos envolver com o clima da disputa. Nada, contudo, que lembre aquelas épocas quando a empolgação era total e parecia haver mais leveza, mais amadorismo – se é que não estou usando termos em extinção. Foi nessa atmosfera de quase inocência que despontou o maior astro do futebol brasileiro e mundial: Pelé. Foram quatro copas do mundo disputadas desde a da Suécia, em 1958, quando o Brasil tornou-se campeão pela primeira vez, até a de 1970, última participação do “rei” nessas competições. Na verdade, em 1962, quando fomos bi, machucado, Pelé jogou muito pouco. Já em 1966, na Inglaterra, com um selecionado desorganizado, nossa estrela maior pouco pôde fazer diante de eficientes e implacáveis marcadores, como Vicente, da equipe portuguesa, que deu inacreditável “nó cego” em Pelé, anulando-o completamente. É com saudade que relembramos a Copa de 70, primeira a ser acompanhada “ao vivo” pela TV, no México, quando foi cunhada a definitiva consagração de Pelé como um jogador inigualável que reunia em si – e com sobras – as qualidades maiores dos grandes craques. Afastado dos gramados, na vida privada, acho que nos últimos 20 ou 25 anos, Pelé começou a emitir sinais exteriores de que suas conquistas não se resumiam às esportivas. Foi com admiração – e possivelmente com altas doses de inveja – que os míseros mortais viram as fotos de Pelé passando protetor solar no dorso de uma arrumada loirinha, ainda meio desconhecida, chamada Xuxa. Brasileiro mais conhecido no exterior, Pelé teve participação bisonha na música e como ator de cinema. De garoto-propaganda de sucesso a frasista desastrado, há pouco, o ídolo rachou a opinião pública ao se recusar a fazer teste de paternidade, que, afinal, obrigado pela lei, comprovou ser de fato de sua autoria uma simpática santista. Mal recuperado da acusação de ter recebido da Unicef enigmáticos 700 mil dólares para participar de promoção fantasma, hoje o “craque-café” volta a esquentar as fofocas ao admitir ser pai de uma gaúcha nascida de efêmero romance nos anos 60. O lado desagradável é que a jovem filha está ameaçada de despejo do apartamento – cedido por Pelé – devido à ação movida pela, até então secreta, namorada do “rei” dos últimos meses, em nome da qual estaria o imóvel. Iconográfica, mas também iconoclástica, parte da imprensa, lamentavelmente, está indo longe demais, explorando detalhes que só interessam à esposa de Pelé e à Justiça. E ao apetite dos abutres. (*) MÉDICO E PROFESSOR DA UFAL – [email protected]

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