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Nº 5692
Opinião

EM QUEDA

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Por Editorial | Edição do dia 10/08/2022 - Matéria atualizada em 10/08/2022 às 04h00

O Brasil registrou, em julho, uma deflação –queda no índice de preços– de 0,68% em julho. Essa foi a 1ª queda do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desde maio de 2020 (-0,38%). Também foi o maior recuo registrada da série histórica, iniciada em janeiro de 1980 –ou seja, 42 anos. No acumulado do ano, a inflação oficial está em 4,77% e em 12 meses ficou em 10,07%.

O índice de julho foi pressionado pela queda no preço dos combustíveis, além da tarifa de energia elétrica. A gasolina caiu 15,48%, o etanol teve redução de 11,38% e o gás veicular ficou 5,67% mais barato. Há a previsão de que, em agosto, seja registrada uma nova deflação.

Embora o IPCA tenha ficado negativo em julho, boa parte da população ainda não sentiu essa queda de preços. Isso porque o grupo de alimentos e bebidas seguiu com alta, em especial o leite e seus derivados.

Esse grupo foi impactado pelo período de entressafra do leite, que está sendo mais forte do que nos últimos anos, e também pelo aumento do custo aos produtores, incluindo transporte e energia elétrica.

A deflação de 0,68% registrada em julho significa que a política do governo de reduzir impostos teve o efeito esperado. A mudança nas regras do ICMS para os Estados foi articulada pelo Planalto e aprovada pelo Congresso em junho.

A inflação voltou a assustar os brasileiros devido a uma combinação de fatores ao longo da pandemia. Foram registrados aumentos em preços administrados, como combustíveis e energia elétrica, além de carestia de alimentos e ruptura de cadeias globais de insumos da indústria. Além disso, a pressão inflacionária no Brasil foi intensificada pela desvalorização do real em meio a turbulências na área política.

Esse cenário fez o governo se mexer e aprovar a mudança na tributação dos combustíveis. A expectativa agora é que a queda no preço dos combustíveis e da energia tenha o efeito de reduzir a inflação nos outros produtos e serviços, que afetam principalmente a vida das famílias mais pobres. Trata-se de um grupo que não tem muita flexibilidade para fugir desse processo inflacionário.

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