app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5694
Opinião

PROTEÇÃO SOCIAL

.

Por Editorial | Edição do dia 11/08/2022 - Matéria atualizada em 11/08/2022 às 04h00

Segundo estimativa da direção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil deverá terminar 2022 com uma queda significativa nas taxas de extrema pobreza. Para o presidente da instituição, Erik Figueiredo, famílias que vivem em estado de extrema pobreza - quando a soma da renda de todos os integrantes não ultrapassa US$ 1,90 ao dia - deverão cair para 4,1% até o final de 2022. Em 2019, as famílias nessas condições eram 5,1% do total dos lares brasileiros.

Esse fato é atribuído a uma série de medidas adotadas pelo governo federal para mitigar os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus. Entre essas medidas destaca-se a criação de benefícios sociais, corte de impostos e de gastos, além das privatizações, que geraram receitas extras para impulsionar a retomada econômica. O Ipea tem detectado que o investimento em programas sociais e o trabalho formal têm crescido paralelamente no Brasil. Dados recentes do Caged confirmam que o emprego formal tem crescido no Brasil. A partir dos anos 90,o Brasil construiu uma importante rede de proteção social, reunida no Bolsa Família, que foi alterado para Auxílio Brasil no atual governo. Estudos têm mostrado que programas de transferência de renda tem efeito importante na redução da fome, pobreza e desnutrição infantil, reduzindo a desigualdade social, pois através do acesso à renda, os beneficiários adquirem mais autonomia, poder de compra, melhorando significativamente sua qualidade de vida. O fato de ser uma política assistencial não pode ser visto como um problema. Até mesmo países que apresentam alto índice de desenvolvimento, como Suécia, Dinamarca, Noruega e França, têm iniciativas desse tipo. Programas como o Auxílio Brasil não devem ser vistos como uma panaceia e representam uma iniciativa ainda insuficiente, pois a pobreza extrema no Brasil está ligada a questões históricas e estruturais, o que exige respostas mais efetivas que articulem todas as políticas sociais. Não se pode negar, porém, a importância do programa para aqueles que não têm condições de se inserir no mercado de trabalho e também não podem esperar por mudanças em longo prazo. Afinal, quem tem fome tem pressa.

Mais matérias
desta edição