PRIORIDADES
.
Por Editorial | Edição do dia 03/09/2022 - Matéria atualizada em 03/09/2022 às 04h00
Dados da última pesquisa do instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira, mostram que Saúde e Educação são as áreas mais importantes para os eleitores na hora de definir o voto. Os eleitores foram questionados sobre quais são as áreas mais importante na hora de definir seu voto para presidente. E puderam escolher três prioridades: em primeiro, segundo e terceiro lugar.
Somando as respostas das três colocações, a saúde concentrou a maioria das respostas (81%), seguida de educação (75%), emprego e renda (57%), combate à violência (32%), combate à corrupção (29%) e defesa dos valores da família (22%). São, de fato, dois temas muito presentes nos discursos dos candidatos a cada eleição, mas áreas em que as políticas públicas implementadas estão muito aquém das necessidades do País, apesar de serem direitos garantidos na Constituição. A educação no Brasil apresenta desafios em vários aspectos: estruturais, pedagógicos, financeiros, sociais, culturais. O desenvolvimento educacional brasileiro está entre os últimos no ranking de alguns países avaliados pela OCDE. Nesse quesito, o País registrou avanços, e em algumas regiões o índice de crianças na escola aproxima-se dos 99%. Entretanto, é necessário ressaltar que o acesso à escola não garante o aprendizado. Nas regiões onde o acesso é menor, a preocupação com a qualidade é maior ainda, em algumas escolas falta quase tudo, de material escolar à merenda, das salas de aula a profissionais. Na área da saúde, o Brasil conta com um dos maiores sistemas públicos do mundo, que atua desde o atendimento de urgência e emergência até procedimentos de alta complexidade. A estrutura idealizada pela Constituição ganhou vida com a estruturação do SUS, mas o modelo adotado apresenta problemas na prática como escassez de recursos e mão de obra. O resultado são as longas filas de espera, dificuldades no tratamento e falta de ações que foquem na prevenção e atenção primária à saúde. Como grande parte da população brasileira depende desses serviços públicos, é natural que esperem dos futuros governantes uma atenção maior para essas duas áreas.