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PANELAS VAZIAS

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PANELAS VAZIAS

Apesar de o Brasil vir batendo recorde na produção de grãos, um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, divulgada ontem, mostra que três em cada dez famílias brasileiras tiveram dificuldades para comprar alimentos e tiveram que reduzir a quantidade de algum item – sofrendo insegurança alimentar moderada ou grave. Considerando também a insegurança leve, são 125,2 milhões de pessoas com preocupação sobre a disponibilidade de alimentos, com algum grau de indisponibilidade dos mesmos ou passando fome – ou seis em cada dez famílias brasileiras.

A maior proporção de famílias em insegurança alimentar grave está nas regiões Norte e Nordeste do país. Alagoas é o estado em que essa situação é mais frequente, atingindo 36,7% das famílias pesquisadas. Além do grande número de atingidos pela fome, os pesquisadores constataram que o problema se agravou após a pandemia, com queda na renda das famílias e aumento do custo de vida. Segundo o levantamento, as famílias com renda inferior a meio salário-mínimo por pessoa estão mais sujeitas à insegurança alimentar moderada e grave. Mesmo as famílias que recebem o Auxílio Brasil, por estarem endividadas, não conseguem utilizá-lo somente para a compra de alimentos. O recurso precisa ser utilizado para pagar outras necessidades básicas, como aluguel, transporte, luz e água. Os principais motivos para a fome no Brasil são de natureza econômica: com a pandemia, o aumento do desemprego e da pobreza, somada à inflação que corrói o poder de compras dos salários, tornou cada vez mais difícil o acesso à alimentação adequada. No caso de Alagoas, chama a atenção o fato de o Estado possuir um fundo criado para combater justamente a pobreza, mas nos últimos anos a gestão estadual utilizou os recursos para outras finalidades, ignorando o sofrimento da população mais vulneráveis. É preciso que o poder público, em todas as suas instâncias, além dos auxílios, coloquem em prática políticas que possibilitem às pessoas possam produzir, se capacitar, empreender e gerar renda e, assim, manter as panelas cheias

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