Opinião
nada muda na vida até você começar a agir
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“Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos quem somos” – Saramago.
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes histórias sobre a vida real publicadas em jornais estrangeiros. Elas me levaram para Montreal, Quebec, no Canadá, onde fui recebido pelo casal Pelletier, para o qual fui logo pedindo: Ensinem-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor. – Jamais aceite se tornar vítima de sonhos adiados – as crises nos ensinam a viver – nunca se arrependa, nunca desperdice o tempo de sua vida hoje fazendo escolhas que certamente você não faria se no futuro tivesse uma outra chance.
Os Pelletier tomaram a decisão de realizar, em família, uma longa viagem pela África e pela Ásia, depois de receberem o diagnóstico de que três dos seus quatro filhos tendem a ficar cegos em breve, por conta de uma doença degenerativa e rara. Eles então resolveram proporcionar aos filhos uma visão inesquecível da vida real, enquanto os pequenos ainda podem enxergar. Iniciaram um tour por belas paisagens da África e levaram seus filhos para conhecer elefantes, girafas e camelos de verdade.
Ao invés de se comportarem como vítimas e ficarem paralisados pelo medo, decidiram agir o quanto antes e mostrar a eles como o mundo real é lindo, apesar de todos os seus problemas. Optaram por fazer viagens usando transportes e estadias mais em conta, para manter os custos baixos e desenvolver nos filhos a força da resiliência que eles precisarão ter pelo resto da vida. O casal tem ensinado aos filhos que eles não são vítimas das circunstâncias e nem que o que está acontecendo com eles é fruto de alguma maldição ou algo terrível, mas que este é o destino e o caminho da vida deles. Querem que eles saibam que terão desafios maiores do que a maioria das pessoas na vida, mas querem que eles sintam que possuem todas as ferramentas dentro de si para superá-los.
Pelo Instagram da família, é possível visualizá-los rodando por mais de três continentes, dormindo em viagens de trens pela Índia, andando a cavalo na Mongólia, se divertindo em rituais de dança com os nativos de Bali e até comemorando o aniversário do filho caçula a bordo de um balão na Turquia.
Esperam que os filhos levem essas imagens ou a memória delas para o resto da vida, enquanto buscam por um milagre.