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Nº 5759
Opinião

ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA .

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Por Editorial | Edição do dia 25/05/2023 - Matéria atualizada em 25/05/2023 às 04h00

Relatório elaborado pela organização internacional de direitos humanos Walk Free aponta que, no Brasil, estima-se que mais de um milhão de pessoas viva em um cenário de escravidão contemporânea, o que coloca o país em 11º lugar no ranking mundial, em números absolutos, na comparação entre 160 países.

A escravidão contemporânea abrange uma série de fatores, como trabalho forçado, a escravidão por dívida, o casamento forçado, práticas de escravidão e análogas à escravidão e tráfico de pessoas. Trata-se de um termo para classificar situações que podem estar presentes em diversos segmentos de atividade econômica, ou seja, pode ir do setor de confecção de roupas ao de agricultura e mineração, por exemplo. Outros contextos em que pode se instalar são as residências e os espaços destinados ao acolhimento de refugiados, destaca a entidade. A escravidão contemporânea é um problema mundial. A Walk Free estima que, em todo o mundo, 50 milhões de pessoas estavam submetidas a condições que configuravam escravidão contemporânea, em 2021, sendo 12 milhões de crianças e a maioria (54%) de mulheres e meninas. O Brasil já ratificou diversos tratados sobre o tema, assumindo o compromisso mundial de combater o trabalho escravo. O país se comprometeu a adotar medidas eficazes e a abolir todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório por meio da assinatura das Convenções nº 29 e 105 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar de existir legislação e mecanismos voltados ao combate dessa prática, o País ainda não conta com políticas que possam responsabilizar empresas por esse crime que, na maioria das vezes, acontece na ponta de uma longa cadeia de produção. Além do combate a todas as formas de trabalho escravo por parte do governo e dos grandes empresários, é preciso que haja mudança por parte de toda a população, que contribui indiretamente para o trabalho escravo contemporâneo, fomentando o círculo vicioso da desvalorização do trabalho e perpetuando a prática escravagista.

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