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Opinião

Transfobia e violência .

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O Brasil teve 131 pessoas trans assassinadas em 2022, uma média de 11 por mês, segundo relatório anual da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra). As vítimas foram 130 mulheres trans/travestis e 1 homem trans. A mais jovem tinha 15 anos. O número de assassinatos ficou abaixo dos 140 contabilizados em 2021, mas acima da média da série histórica iniciada em 2008, que é de 121 mortes por ano

Pelo 14º ano, o País continua sendo o que mais mata pessoas trans no mundo, seguido pelo México e os Estados Unidos, de acordo com a ONG Transgender Europe, que monitora 171 nações. Pernambuco foi o estado com mais vítimas, 13, seguido por São Paulo e Ceará, com 11 casos. Do total, 64% ocorreram em cidades do interior dos estados. Em anos passados, Alagoas já figurou no ranking dos estados com mais casos no País.

Outro estudo —publicado na semana passada pelo Grupo Gay do Brasil— mostra que 242 pessoas LGBTI+ foram assassinadas no Brasil em 2022, além de 14 pessoas mortas por suicídio. A média é de uma morte a cada 34 horas. Desse total, segundo o GGB, 111 foram de pessoas trans (110 de mulheres trans e travestis e um de homem trans). A divergência dos dados com a Antra está na forma como os levantamentos são feitos. O GGB leva em consideração as publicações de veículos de imprensa. Já o dossiê da Antra analisa as reportagens e dados governamentais, de processos judiciais e de segurança pública —além de fontes secundárias, como instituições de direitos humanos, redes sociais e relatos testemunhais. A violência contra gays, travestis e mulheres trans aumentou nos últimos anos. Os números colocam de lados opostos o Brasil e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para combater a violência não apenas contra pessoas trans, mas contra a população LGBTQI+, é necessária a criação de políticas públicas para além das questões ligadas ao sistema de justiça ou segurança pública. É preciso também insistir numa mudança de mentalidade, para que as pessoas sejam respeitadas independentemente de sua orientação sexual.

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