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quarta-feira, 01/10/2025 | Ano | Nº 6065
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Opinião

DESMATAMENTO E POBREZA .

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Estudo realizado pelo Instituto Escolhas concluiu que, no Brasil, reduzir em 1% a parcela da população que vive com renda familiar mensal abaixo de R$ 70 por pessoa significa diminuir o desmatamento em 4%. Em números, isso significa que, ao tirar 136 mil pessoas da condição de extrema pobreza, como consequência, deixa-se de perder uma área de 42,7 mil hectares de floresta.

Ainda segundo a entidade, ao se aumentar 1% o índice de emprego formal, há possibilidade de se reduzir o desmatamento em 8,2% (87,6 mil hectares). A pesquisa se propõe a contestar a suposição de que pessoas de baixa renda seriam um dos principais agentes de desmatamento, em troca de seu sustento. Para o instituto, tal afirmação desconsidera que são muitos e diversos os indivíduos e grupos que promovem a derrubada da vegetação nativa, seja de forma legal ou ilegal. Muitos estudos já foram realizados nesse sentido. Parte deles identificou que não existe relação inequívoca entre pobreza e desmatamento. Em alguns casos, a falta de recursos financeiros leva à proteção das florestas, uma vez que essas populações se organizam com base em economias não conectadas aos mercados consumidores. Para os pesquisadores, entretanto, é preciso implementar políticas articuladas para redução da pobreza. Medidas isoladas tendem a ser pouco eficazes, devido à abrangência e conexão dos fatores associados ao desmatamento entre os municípios como, por exemplo, migração da mão de obra. Outros estudos concluíram que a pobreza pode ser determinante para o desmatamento, mas apenas em situações contextuais específicas, em que há presença de bens de capital que justifiquem a exploração dos recursos naturais, promoção de políticas pró-desmatamento, especulação fundiária e falta de regulamentação de propriedades. A solução para o problema do desmatamento passa por oferecer condições de trabalho dignas para as pessoas que o fazem por questão de sobrevivência e, ao mesmo tempo, combater o desmatamento em suas diferentes escalas, responsabilizando principalmente aqueles que lucram com a atividade.

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