Opinião
A força-tarefa será composta por representantes de diversos ministério
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DIPLOMACIA VERDE
Em mais um passo para a retomada agenda ambiental no Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou, ontem, ao lado do assessor especial para o Clima do Governo dos Estados Unidos, John Kerry, a formação de um grupo de trabalho para conter os efeitos das mudanças climáticas no Brasil, com foco no combate ao desmatamento e na defesa dos povos indígenas.
A força-tarefa será composta por representantes de diversos ministérios, buscando ampliar a proteção da biodiversidade brasileira e dos oceanos, questões centrais para frear o aquecimento do planeta e conter a emissão de gases do efeito estufa. Criado inicialmente em 2015, o grupo de trabalho agora vai ser retomado e estabelecer prioridades de ações conjuntas entre os dois países. O grupo de trabalho de alto nível terá como prioridade aprimorar o diálogo entre os ministérios e trabalhar em temas de transição justa e inclusão para descarbonização da economia. Também entrarão na composição do grupo representantes dos setores público, privado, filantrópico e multilateral para discutir os temas relacionados ao clima no G20. O governo americano já manifestou em trabalhar junto ao Brasil para reverter as mudanças climáticas e se comprometeu a colaborar com o Fundo Amazônia, que reúne doações de potências globais para a preservação ambiental. O Fundo é administrado pelo BNDES e se destina a apoiar projetos de combate ao desmatamento e de incentivo à conservação das florestas na região amazônica. Foi criado em 2008 e conta com doações de países como Noruega e Alemanha. O Fundo conta com recursos da ordem de R$ 5,4 bilhões. Desses, R$ 1,8 bilhão já foram contratados e há 14 projetos de Edital de 2018 já qualificados para serem aprovados. A visita de Kerry ao Brasil, embora ainda não tenha gerado resultados concretos, como o valor do aporte que os Estados Unidos farão ao Fundo Amazonas, é, sem dúvida, muito significativa, porque traz o Brasil de volta à politica global do clima. Nesse aspecto, é preciso que o País recupere sua posição de protagonista, que começou a ser construída com a realização da ECO-92, durante o governo Collor.