Opinião
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Levantamento feito Instituto Trata Brasil divulgado ontem revela que 100 milhões de brasileiros não têm rede de esgoto e falta água potável para 35 milhões. Os números também mostram as desigualdades regionais quando se comparam os índices de saneamento: 16 dos 20 municípios com melhores condições estão no Sul e no Sudeste. Doze dos 20 piores estão no Norte e no Nordeste do país.
Apesar de ser um direito garantido na Constituição, o saneamento ainda é uma das maiores deficiências do Brasil. As consequências são enormes. Saneamento básico gera melhorias na educação, expansão do turismo, valorização de imóveis, preservação dos recursos hídricos e, principalmente, saúde e qualidade de vida para as pessoas. Estudo do Instituto Trata Brasil revelou que apenas 45% do esgoto gerado no Brasil passa por tratamento. O levantamento mostrou que o saneamento tem avançado no País nos últimos anos, mas em ritmo lento. A diminuição nos investimentos públicos é um dos motivos para os avanços pouco significativos no setor. No ano passado entrou em vigor o marco do saneamento. As mudanças estabelecidas na legislação preveem a universalização desses serviços até 2033. Os prefeitos devem fazer a adaptação dos municípios às exigências da lei para acessar recursos para melhoria do saneamento básico, como participar de consórcios regionais com outras cidades na prestação dos serviços e aderir a uma agência reguladora. Com isso, espera-se que o País avance nesse quesito. Elevar os índices de saneamento básico é um dos desafios do Brasil. Garantir a todos o acesso à água tratada e a um sistema de destinação de resíduos sólidos faz parte desse desafio urgente. O volume de recursos necessários é vultoso, mas os benefícios são igualmente grandes. Segundo especialistas, cada real investido em saneamento gera R$ 3,13 em riquezas à economia. Saneamento básico gera melhorias na educação, expansão do turismo, valorização de imóveis, preservação dos recursos hídricos e, principalmente, saúde e qualidade de vida para as pessoas.