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Nº 5822
Opinião

Daqui para o mundo

MARCOS DAVI MELO * Quando nos reunimos naquela noite agradável de dezembro de 1999 no restaurante do hotel Ponta Verde, que nos abrigava há muitos anos para o café da manhã, nas sextas-feiras após as caminhadas matinais na praia, éramos quatro amigos qu

Por | Edição do dia 22/01/2005 - Matéria atualizada em 22/01/2005 às 00h00

MARCOS DAVI MELO * Quando nos reunimos naquela noite agradável de dezembro de 1999 no restaurante do hotel Ponta Verde, que nos abrigava há muitos anos para o café da manhã, nas sextas-feiras após as caminhadas matinais na praia, éramos quatro amigos que compartilhavam entre si tanto paixões quanto resistências. Embora exercendo profissões diferentes, tínhamos preferências comuns, entre elas o apego a nossa cultura e o desconsolo com o desprestígio da mesma, principalmente com o nosso carnaval, que praticamente tinha sido escorraçado por ritmos alienígenas de alto apelo comercial e de gosto mais que duvidoso. Apenas para curtir, resolvemos fundar um pequeno bloco de frevo, ritmo nosso desaparecido das ruas daqui há muito tempo. Assim, despretensiosamente, nasceu o Pinto da Madrugada. Em seguida procuramos alguns amigos que, sabíamos, pensavam como nós, pedimos ajuda, fomos atendidos e pusemos o bloco na rua em janeiro de 2000. Primeiro foi o nosso batizado, que teve como convidado especial e padrinho o presidente do Galo da Madrugada, Enéis Freire. Seis anos depois, o bloco carnavalesco Pinto da Madrugada já fez a alegria de muita gente e deu a sua modesta contribuição na difícil restauração e manutenção dos nossos autênticos valores culturais. Promovemos oficinas de frevo, mungunzás, aniversários, inusitados réveillons, batizamos outros blocos. No desfile de 2004, segundo cálculos da Polícia Militar, havia sessenta mil foliões na avenida e não houve um único episódio de violência. Esta semana, navegando na Internet, resolvi, por mera curiosidade, pedir ao provedor “Pinto da Madrugada”. Para minha surpresa e satisfação, foram quatro páginas, com um total de mais de 40 sites, entre eles um do “ Casseta e Planeta” da Globo que, como não poderia deixar de ser, goza com a nossa cara, afirmando que o bloco reúne os japoneses de todo o Brasil. Um outro site me emocionou particularmente: foi  um site internacional, chamado Brezil Passion, que vende em diversas línguas  (como o inglês  e o francês) as  melhores atrações que o Brasil tem para  todo o mundo. Lá a porta de  entrada é uma maravilhosa fotografia creditada a um certo Olivier, do Pinto da Madrugada na nossa Pajuçara, tendo ao fundo as verdes palhas dos nossos coqueirais. Sem pretensão ou vaidade, constatamos que o seu, o nosso bloco, se transformou em um produto cultural que percorre o mundo via Internet relacionado entre as melhores coisas do Brasil. Quando o Pinto da Madrugada circula pelo mundo via Internet, não é apenas um bloco de carnaval, mas é a nossa terra e a nossa gente que são mostrados favoravelmente, o que é bom para todos nós. (*) É MÉDICO

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