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Nº 5821
Opinião

Litoral norte

DOM JOSÉ CARLOS MELO, CM * O evangelista Mateus nos oferece uma pequena passagem sobre a origem da missão, que serve como excelente referência para reflexão sobre nossas atividades pastorais, hoje. Vale a pena transcrevê-la: “Jesus percorria todas as ci

Por | Edição do dia 23/01/2005 - Matéria atualizada em 23/01/2005 às 00h00

DOM JOSÉ CARLOS MELO, CM * O evangelista Mateus nos oferece uma pequena passagem sobre a origem da missão, que serve como excelente referência para reflexão sobre nossas atividades pastorais, hoje. Vale a pena transcrevê-la: “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Nova do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor”. Então Jesus disse a seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! Por isso, peçam ao dono da colheita que envie trabalhadores para a colheita”. (Mt 9, 35s) Recentemente, ainda em 2004, em minhas visitas às comunidades e povoados do litoral norte de nossa arquidiocese, tive oportunidade de constatar algo semelhante à experiência de Jesus: várias localidades sem padre, sem assistência religiosa e abandonadas como ovelhas sem pastor. Delas ouvi este insistente clamor: “sr. arcebispo, sabemos que os padres são poucos, mas dê-nos ao menos um diácono!” Estas palavras ecoaram fortemente em meu coração de pastor e, apesar de nossas limitações de recursos e materiais, decidi adotar algumas medidas práticas dentro de um pequeno plano de ação pastoral para a área do litoral norte. Assim, com uma Concelebração Eucarística em Porto de Pedras realizei a cerimônia do envio de 2 sacerdotes e 4 diáconos que deverão fazer um trabalho pastoral nas diversas comunidades e povoados das paróquias de Maragogi, (Japaratinga) Porto de Pedra e Paripueira (Barra de Santo Antonio). Com satisfação, pudemos contar com a pronta disponibilidade dos padres Hamilton e José Eridan e dos diáconos Fernando, Edvan, Gilmar e Alex. De nossa pobreza tiramos a riqueza de valores espirituais. A solenidade contou com a presença de representantes das diversas comunidades do litoral norte. Foi um momento de alegria e de esperança. Mas o texto de Mateus nos inspira também medidas práticas e operacionais para atender às necessidades do povo quando Jesus diz: “peçam ao dono da colheita que envie trabalhadores para a colheita”. O santo padre, o papa João Paulo II, nos convocou para, durante este ano de 2005, refletirmos sobre o mistério da eucaristia, que é o centro e o vértice da economia salvífica, é o ponto de chegada que recapitula a história da salvação e torna presente no simbolismo sacramental a maravilha decisiva desta história, a Páscoa de Cristo. É, portanto, em torno do mistério eucarístico que entendemos o sacerdócio ministerial, pois, sem o sacerdote, nosso povo simples não teria Jesus na eucaristia. Na verdade, no pensamento de Cristo, a Pastoral Vocacional e a oração aparecem como elementos prioritários e indispensáveis, isto é, deve-se orar insistentemente ao Senhor pelo aumento das vocações sacerdotais e missionárias e deve-se promover e organizar o trabalho de chamar e cultivar as vocações para a vinha do Senhor. A Pastoral Vocacional é prioridade e urgência em nossa arquidiocese e por isso rezamos: “Enviai, Senhor, operários para a vossa messe, pois a messe é grande e poucos são os operários”. (*) É ARCEBISPO METROPOLITANO DE MACEIÓ

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