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Nº 5821
Opinião

Retorno �s aulas

DOM JOSÉ CARLOS MELO, CM * Em nosso último encontro, inspirado na práxis de Jesus diante da multidão, eu lhes falava do modesto plano de emergência para o atendimento pastoral no litoral norte de nossa Arquidiocese. Hoje, neste início do ano 2005, na imi

Por | Edição do dia 30/01/2005 - Matéria atualizada em 30/01/2005 às 00h00

DOM JOSÉ CARLOS MELO, CM * Em nosso último encontro, inspirado na práxis de Jesus diante da multidão, eu lhes falava do modesto plano de emergência para o atendimento pastoral no litoral norte de nossa Arquidiocese. Hoje, neste início do ano 2005, na iminente reabertura das escolas, fico imaginando a multidão de crianças e jovens com suas mochilas pesadas a caminho dos colégios. Penso também no sacrifício e no sofrimento de muitos pais na busca de soluções para superar o aumento sempre crescente das mensalidades escolares. Convém ainda lembrar a situação humilhante de nossa população em plantão prolongado, sob sol e chuva, para assegurar vagas nas escolas, conforme foi noticiado ultimamente. Infelizmente, o futuro do país passa por estes desafios. Mas, de modo particular, volto minha atenção para uma categoria de alunos que retornam ao Seminário Nossa Senhora da Assunção ou nele ingressam pela primeira vez. A eles todos apresento meu gesto de boas-vindas, aproveitando a oportunidade para fazer algumas considerações. Todos reconhecem a necessidade de investir no setor vocacional, com seus apelos e suas urgências. Com efeito, para que a Igreja possa continuar sua missão, é preciso promover, organizar e dinamizar a formação dos futuros sacerdotes. É questão de sobrevivência. Por isto mesmo, nos últimos nos a Arquidiocese de Maceió definiu e assumiu como prioritária a Pastoral Vocacional e a Formação dos sacerdotes. Na verdade, mede-se a eficiência pastoral de uma diocese pela qualidade de seus padres e pastores. Esta qualidade se obtém pela formação intelectual, espiritual e pastoral, quando o ponto de referência é Cristo, o Bom Pastor, como nos lembra o profeta Jeremias: “Dar-vos-ei pastores segundo o Meu Coração” (Jr 3,15). E o retorno ou a resposta de Deus a este amplo trabalho não se faz esperar. Ultimamente, para alegria e consolação nossa, temos iniciado o ano letivo com a média de 100 candidatos. Também as ordenações sacerdotais e diaconais têm aumentado, graças a um eficiente trabalho da Equipe Vocacional, às orações promovidas nas comunidades e ao trabalho paciente da Equipe de Formadores, sob a direção e orientação do pe. Jimmy Xerri, reitor do Seminário. Não se pode esquecer que neste campo de atividades é necessário desenvolver a mística da formação. Não se é formador por ofício ou por decreto, mas por amor que cria em nós a mística da formação. São Vicente de Paulo, o grande reformador do Clero, no século XVII, possuía e transmitia esta mística da formação. A imagem do padre que tinha diante dos olhos determinou-lhe o conteúdo da formação e da educação. A seus colaboradores, os padres lazaristas, ele motivou com estas palavras: “Como sois felizes, porque servis de instrumentos nas mãos do Senhor para a formação de bons sacerdotes! Para os estudantes sois ao mesmo tempo luz e calor... Examinai, pois, se existe tarefa no mundo mais necessária, mais desejável do que a vossa! Eu não a conheço”. No dia 1º de fevereiro, o Seminário reabre suas portas para acolher os veteranos e os novatos, procedentes das dioceses de Maceió, Palmeira dos Índios, Penedo e Petrolina. O retorno dos alunos ao seminário, apesar de ser um acontecimento de rotina, tem muito a nos dizer, com motivações renovadas para reassumir e continuar a formação com alegria e esperança. Que eles se deixem trabalhar e moldar como o barro nas mãos do oleiro. Mas a causa é nossa. Por isso rezemos, apoiemos esta causa. Ela espera nossa oração e nosso apoio decisivo. * É ARCEBISPO METROPOLITANO DE MACEIÓ

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