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SÓ A MIM INTERESSAM .

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Tom e Vinícius, na composição Eu não existo sem você, escreveram, dentre outras, uma frase que, aguçou a minha curiosidade de escritor e de poeta.

Ao afirmarem: “assim como o poeta, só é grande se sofrer”, motivaram-me a pensar grande, como todos querem ser porém, sofrer, para grande ser, torna-se uma carga bastante onerosa e indesejada, difícil de carregar e, muito menos, suportar.

Será mesmo verdadeira, tal afirmação?

Entendê-la como pré-requisito para o sucesso faz com que prefira permanecer na mediocridade, desde que, continue tendo a liberdade de, sempre, dizer o que penso e sinto, da forma que gosto de fazer.

Falar em sofrer, para grande ser, transportou-me, de repente, para o sentimento maior, que pode sim, causar dor, sofrimento, muito embora, seu objetivo, seja aquele que todos nós, indistintamente, perseguimos, a conquista da plena felicidade.

Sofrer, quando a causa de tal sofrimento é o amor, torna-se, ainda, muito mais dolorido, pelos males que provoca.

Uma profunda e inexplicável dor, talvez a maior já sentida por alguém. Vem acompanhada de um frio congelante, incombatível, um vazio, que de tão intenso, preenche todos os espaços do corpo, tornando-o denso, impreenchível para todo e qualquer outro sentimento.

De consequências perigosas, desastrosas, o sofrimento causado pelo amor, torna-se um inimigo, sempre presente, a espera de um descuido, um momento para atacar pois, amar é um verbo bastante difícil de conjugar.

No tempo presente ele é, realmente o melhor dos presentes que se pode dar. Amar é, verdadeiramente, nosso maior objetivo de vida, não havendo nada que supere a grandeza do ato de amar.

Se correspondido, na mesma intensidade, de preferência, será o prêmio mais valioso que alguém poderá almeja receber.

No tempo futuro, sendo o futuro do presente, remeterá a uma proposta ousada, pretensiosa, onde o sucesso poderá, ou não, ser atingido, e, no amor, lógica não existe, sempre haverá uma interrogação, uma incerteza. Se condicional, no futuro do pretérito, entraria mais uma variável, a condição e, o amor, pela sua espontaneidade e liberdade, não aceita imposições.

No tempo passado, ele traz melancolia, saudade, tristeza e sofrimento, tão maior quanto maiores sejam as cicatrizes, evidenciadas através das visíveis marcas.

Podemos, então, concluir que, sendo apenas três, os tempos possíveis de conjugarmos um verbo, no caso, o verbo amar, e o sofrimento está presente em dois desses tempos, no futuro, pela incerteza e no passado pela absoluta certeza, resta-nos o presente, que representa apenas 33,33% das possibilidades, o que nos leva a entender, embora não concordando e, muito menos aceitando, a veracidade da afirmação feita pelos dois grandes mestres das letras, das músicas e das histórias de amor.

Certamente, a partir dessa constatação, na intenção, de tornar-me um bom poeta, tenha sempre que escrever, reportando-me ao passado ou tentando prever o futuro, pois ambos, envolvem sofrimento e, segundo eles, é o sofrimento que torna grande um poeta.

Os momentos de amor no tempo presente, os que realmente importam, trazem a felicidade e a realização, mas não, visibilidade e destaque, deverão, a bem do sucesso, não serem objeto de registro, permanecerem guardados pois, são meus, exclusivamente meus, só a mim interessam.

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