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Nº 5595
Opinião

COM RESPEITO .

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Por Editorial | Edição do dia 12/08/2023 - Matéria atualizada em 12/08/2023 às 04h00

Diante do aumento de casos de feminicídio no país, o Ministério das Mulheres lançou esta semana campanha de enfrentamento à misoginia, que é o ódio ou aversão às mulheres. Chamada “Brasil sem violência contra a mulher. Brasil com respeito”, a campanha prevê a veiculação de peças digitais e impressas com o objetivo de mobilizar a sociedade.

A campanha faz parte da programação do Agosto Lilás, dedicado ao combate das diferentes formas de violência contra as mulheres, como física, psicológica, moral, patrimonial, sexual e política.

Outro objetivo é intensificar a divulgação da Lei Maria da Penha – que este ano está completando 17 anos – sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre o necessário fim da violência contra a mulher, divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes.

Dados da Rede Observatórios da Segurança apontam que a cada quatro horas uma mulher é vítima de violência no Brasil. Em 2022, foram mais de 2.400 casos registrados, sendo quase 500 feminicídios, ou seja, a cada dia ao menos uma mulher morreu apenas por ser mulher.

Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública intitulada “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil” revelou que cerca de 50 mil mulheres sofreram algum tipo de violência por dia em 2022.

A maior parte das ocorrências foi direcionada a 48% das mulheres pretas com algum tipo de violência ao longo da vida. Entre as mulheres de nível de escolaridade até o ensino fundamental essa taxa chegou a 49%. Já entre as mulheres com filhos, a taxa chega a 44%, entre as divorciadas a 65% e na faixa etária entre 25 e 34 anos chega a 48,9%.

A violência contra a mulher ainda é enraizada no Brasil e no mundo e parece estar tão naturalizada em nossa cultura, que muitas vezes se torna imperceptível. A Lei Maria da Penha foi um grande avanço, mas o aumento das ocorrências mostra que ainda há muito a ser feito. É preciso a punição exemplar dos culpados e também campanha que promovam uma cultura de paz.

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