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Nº 5822
Opinião

DESIGUALDADE ESTRUTURAL .

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Por Editorial | Edição do dia 26/08/2023 - Matéria atualizada em 26/08/2023 às 04h00

Estudo do IBGE divulgado na sexta-feira (25) revela significativa queda da pobreza considerando dados dos biênios 2008-2009 e 2017-2018, mas também apontam para uma manutenção das desigualdades estruturais.

O levantamento está focado nos grupos populacionais que registram privações de qualidade de vida. Para tanto, foram avaliadas aspectos como moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde e alimentação, educação, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, e transporte e lazer.

Na primeira etapa do estudo, foi realizado levantamento das pessoas com algum grau de pobreza no Brasil. Essa população se reduziu significativamente no período investigado. Em 2008-2009, 44,2% das pessoas que viviam no País tinham algum grau de pobreza. Em 2017-2018, esse percentual caiu para 22,3%.

Em 2017-2018, 17,3% pessoas que viviam nas cidades apresentavam algum grau de pobreza. No mesmo período, esse percentual era de 51,1% entre a população rural.

No entanto, embora seja mais da metade dos moradores, trata-se de um resultado bastante inferior aos 77,8% registrados em 2008-2009. A queda nas áreas urbanas também foi acentuada: em 2008-009, 37,3% tinham algum grau de pobreza.

Os pesquisadores concluíram que os dados apontam para forte redução da pobreza e da vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, sinaliza que os maiores valores continuam concentrados nos seguimentos menos favorecidos, reiterando a existência de um componente estrutural da desigualdade.

Não há dúvida de que o Brasil é um país em que as desigualdades são marcadas por disparidades não apenas funcionais ou educacionais, mas também regionais e de raça, o que torna o fenômeno ainda mais complexo para ser enfrentado.

A pobreza no Brasil tem origem estrutural, derivada de um processo de colonização pautado pela sociedade escravagista. Nesse aspecto, os programas de transferência de renda – como Bolsa Família e Auxílio Emergencial na pandemia – foram essenciais para a redução do contingente de pobreza no Brasil. Entretanto, os auxílios devem ser vistos como medidas emergenciais e é precisa adotar políticas que mudem as estruturas que geram essa desigualdade.

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