APELOS URGENTES .
.
Por Editorial | Edição do dia 30/08/2023 - Matéria atualizada em 30/08/2023 às 04h00
Em publicação do jornal britânico The Guardian, os principais pesquisadores do clima do mundo voltaram a advertir para o impacto das mudanças climáticas e a necessidade de uma ação urgente pró-clima.
Segundo eles, Em uma década, caso não haja forte estratégia climática, os fenômenos meteorológicos extremos de 2023 vão se tornar o novo normal.
Das altas temperaturas às chuvas torrenciais repentinas, dos incêndios florestais à seca, as condições meteorológicas extremas seriam apenas a “ponta do iceberg”. Eles lembram que julho foi o mês mais quente da história da humanidade, e as pessoas em todo o mundo estão sofrendo as consequências.
De fato, em 2023, as temperaturas registaram recordes históricos e os incêndios florestais continuam a devorar milhões de hectares de floresta por todo o mundo, desde a América do Norte à Europa e à Ásia.
O mundo já aqueceu cerca de 1,2°C desde a industrialização em massa, causando 20% de chance de ter o tipo de temperaturas extremas de verão atualmente vistas em muitas partes do hemisfério norte, contra 1% de chance há 50 anos.
Mudanças anteriores no clima, estimuladas por gases do efeito estufa ou mudanças na órbita da Terra, causaram mudanças ao longo de milhares de anos. Entretanto, a situação atual está ocorrendo em um ritmo nunca visto desde a extinção dos dinossauros, 65 milhões de anos atrás.
No Acordo de Paris firmado em 2015, os países signatários se comprometeram a tentar manter as temperaturas globais não acima dos 1,5°C dos níveis pré-industriais. Para os cientistas, o aquecimento além desse nível desencadearia um efeito cascata de impactos potencialmente irreversíveis no planeta
Os desafios são, de fato, gigantescos. As ações atuais de governos e grandes empresas em direção a uma economia verde são consideradas insuficientes. Apesar disso, os cientistas acreditam que o planeta ainda não chegou ao ponto de virada para uma mudança climática.
Eles dizem que permanece aberta uma “pequena janela” de oportunidade para evitar o pior cenário da crise climática. É uma corrida contra o tempo.