INVESTMENTO EM EDUCAÇÃO .
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Por Editorial | Edição do dia 13/09/2023 - Matéria atualizada em 13/09/2023 às 04h00
Relatório Education at a Glance 2023, divulgado ontem, mostra que o Brasil investe menos em educação do que os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com o levantamento, enquanto o Brasil investiu em 2020 US$ 4.306 por estudante, o equivalente a aproximadamente R$ 21,5 mil, os países da OCDE investiram, em média, US$ 11.560, ou R$ 57,8 mil. Os valores são referentes aos investimentos feitos desde o ensino fundamental até a educação superior.
Os investimentos no Brasil tiveram redução entre 2019 e 2020. O gasto total do governo com educação diminuiu 10,5%, enquanto o gasto com todos os serviços aumentou 8,9%, resultado que pode ter ocorrido devido à pandemia de Covid-19.
O Plano Nacional de Educação determina que o Brasil deve investir pelo menos 10% do PIB em educação até 2024. Entretanto, em 2022 esse percentual atingiu apenas 5,5%, um índice bem distante da meta fixada.
Outro aspecto destacado pelo relatório é a valorização dos professores. O estudo aponta que muitos países enfrentam escassez desses profissionais porque o magistério não tem sido uma opção de carreira financeiramente atraente. Em média, os salários reais dos professores do ensino secundário são 10% inferiores aos dos trabalhadores do ensino superior.
No Brasil, também pelo PNE, o salário dos professores deveria ter sido equiparado ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente até 2020. Segundo o monitoramento de 2022, os salários dos professores passaram de 65,2% dos salários dos demais profissionais, em 2012, para 82,5%, em 2021, seguindo ainda desvalorizados.
Não há dúvidas de que há necessidade de um maior investimento em educação no Brasil. Entretanto, especialistas apontam que o maior problema não está no montante investido, mas nos problemas do sistema educacional defasado e suas consequências, como a evasão escolar.
É preciso que esse investimento seja bem aplicado em programas e políticas educacionais que possam elevar os níveis de aprendizagem e evitar que os jovens abandonem a escola.