PEQUENO ALÍVIO .
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Por Editorial | Edição do dia 21/09/2023 - Matéria atualizada em 21/09/2023 às 04h00
Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu ontem a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano. A decisão já era esperada pelos analistas financeiros. Em comunicado, o Copom informou que o corte de 0,5 ponto percentual é compatível com a estratégia para fazer a inflação convergir para a meta em 2024 e em 2025.
Trata-se do segundo corte realizado pelo Banco Central este ano. Por cerca de 12 meses, a Selic se manteve na casa dos 13,75% ao ano, e tanto o governo quanto o setor produtivo vinham insistindo na necessidade de o Banco Central iniciar um movimento de redução dos juros, na medida em que a inflação está sob controle.
A nova queda da Selic foi bem recebida pelas entidades do setor produtivo, que consideram adequado o ritmo de redução. Centrais sindicais, entretanto, cobram cortes maiores e consideram que a política econômica está muito restritiva, o que não deixa de ser verdade. A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação.
No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 2% para a economia em 2023. O mercado projeta crescimento maior, principalmente após a divulgação de que o PIB cresceu 0,9% no segundo trimestre. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,89% do PIB em 2023.
Na semana passada, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação deste ano, de 4,93% para 4,86% (ainda acima do intervalo da meta de inflação para 2023), e passaram a projetar uma inflação de 3,86% para 2024 (dentro do intervalo da meta). Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%.
O fato é que a economia brasileira vem dando sinais positivos tanto em relação ao crescimento quanto à inflação. Caso sejam mantidas as expectativas, podem-se vislumbrar novas reduções nas taxas de juros, que ajudaram a impulsionar a atividade econômica.