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Opinião

A mama e os doutores .

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Mestrados e doutorados são apenas títulos que proporcionam melhores salários para os seus detentores? Esboço essa pergunta porque um médico e professor da universidade reiterava que o mestrado e o doutorado eram apenas uma forma dos profissionais acrescentarem benefícios aos seus salários e se aposentarem com mais vantagens. Um corolário dessa questão poderia ser: o conhecimento traz aprimoramento ao ser humano?

Existe um ditado popular que diz que tudo que é grande na vida um dia foi pequeno. O mestrado tem a sua origem nas Guildas Medievais, que eram um tipo de associação composta por artesãos e outros profissionais, como sapateiros consagrados, quando então eram considerados mestres, daí formavam uma confraria que impedia a entrada de novos membros. Estes só entravam como aprendizes e somente depois de anos de explorativa prática, caso apresentassem um produto que fosse aprovado pelo grupo, poderia tornar-se um mestre.

Já o doutorado veio da estrutura da Igreja Católica, mas especificamente da Igreja Primitiva, época em que o título de doutor ( Licentia Docendi) era uma referência aos apóstolos e outras autoridades cristãs que interpretavam e ensinavam a Bíblia para os fiéis. As primeiras universidades surgiram como uma extensão da Igreja, onde o conhecimento era redigido e acumulado pelos monges copistas (excepcionalmente exposto por Humberto Eco em “O Nome da Rosa”) e só existiam os cursos de Teologia, Medicina e Direito, vindo daí, o costume de chamar esses profissionais de doutores.

Atualmente, o mestrado e o doutorado obedecem à mesma proposta “ritualística” de avaliação por uma banca de expertos, mas, ao contrário de antigamente, quando o aprendiz passava grande parte de sua vida tentando confeccionar um sapato razoável, essas titulações têm um tempo previsto para as suas conclusões. Há de se esperar, todavia, que os mestres e doutores não se tornem apenas um tipo de experto na tese com a qual for aprovado.

Espera-se que o mestre ou doutor acrescente ao conhecimento adquirido nesse processo um pouco de sabedoria, de ética e de moral. Caso exerça a Medicina, atue com fidelidade à ciência, aprimorando-se continuamente e o compartilhando isso com os colegas, e aja com empatia e solidariedade para com os pacientes, principalmente os mais carentes. Acreditamos que esse é um compromisso assumido pelo médico Marcel Davi Loureiro Melo, recentemente aprovado com uma tese sobre o tratamento do câncer de mama, defendida na conceituada Fundação Antônio Prudente, de São Paulo. O câncer de mama é o mais frequente na mulher e o motivo do Outubro Rosa que mobiliza o voluntariado para o seu diagnóstico precoce que pode salvar milhares de vidas. Mas sem o apoio do poder público, os médicos e os hospitais não têm como cumprir essa missão.

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