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Nº 5822
Opinião

SETEMBRO PRIMAVERIL: SAUDADES AMOR... .

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Por Mirian Gusmão Canuto - médica, membro da AAL e do IHGAL | Edição do dia 30/09/2023 - Matéria atualizada em 30/09/2023 às 04h00

O mês de setembro nos transporta à natureza. Leva-nos à mais bela estação do ano. Emilio Santiago, na sua bela canção, majestosamente a define: “Vê, estão voltando as flores/ vê, nesta manhã tão linda/ vê, como é bonita a vida/ vê, a esperança ainda/ vê, as nuvens estão passando/ vê, um novo céu se abrindo/ vê, o sol iluminando por onde nós vamos indo”.

Há dez anos, celebrávamos, em oito de setembro, o que seria o último natalício do meu amado Cícero. Após uma parada cardíaca e quase dois meses na UTI da Santa Casa, seguimos para o HCor de São Paulo, onde permanecemos por quase três meses.

Enquanto a primavera desabrochava, eu vivia meu inverno interior. Meu céu jamais ficou totalmente azul e ensolarado. Há dez anos, a saudade é minha companheira.

Os cinquenta e cinco anos de feliz convivência plantaram em minha alma a certeza de que amei e fui amada, deixando-me um saldo de felicidade, apesar da intensa dor de sua ausência.

Tanto teria para lhe dizer, amor... Você continuaria orgulhoso de nossos filhos, que permanecem exímios profissionais.

Nossos netos cresceram! Maíra, nossa primeira netinha, já é doutoranda de medicina. Em poucos meses estará formada. Arthur, no terceiro ano, também de medicina, já ajuda seu pai, Sérgio, nas cirurgias de joelho. Os dois caçulas, filhos do Ricardo - Marina e Kayan - que você deixou criancinhas, são quase adolescentes. A caçula Marina, atualmente com dez anos, herdou meu temperamento. Eu me vejo em cada atitude dela! Kayan, hoje com doze anos, é aluno “destaque” do colégio em que estuda. Tenho certeza de que você deixou trilhas iluminadas, que são seguidas por nossos filhos e netos. Nossas norinhas, Letícia e Carminha, ótimas esposas e mães, estão sempre presentes em nosso cotidiano.

Quando a saudade aperta, confortam-me as sábias palavras de Pablo Neruda: “É esse o maior dos sofrimentos: não ter por que sentir saudades, passar pela vida e não viver”.

Em nossa casa, em cada canto, você está presente em fotos de momentos memoráveis, em que vivemos juntos.

Como gostaria de acreditar que nos veríamos na “pós-morte” ... Tenho questionáveis dúvidas...

Então, nesse sábado, 30 de setembro, só me resta sentir na natureza, sua presença.

Setembro Primaveril: saudades, amor...

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