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Nº 5822
Opinião

NEOINDUSTRIALIZAÇÃO .

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Por Editorial | Edição do dia 18/10/2023 - Matéria atualizada em 18/10/2023 às 04h00

Nas últimas décadas, o setor industrial perdeu espaço na economia brasileira. Em 1985, a indústria representava 48% do Produto Interno Bruto, mas em 2022 a participação caiu para 23,9%. Entre 2013 e 2019, o Brasil perdeu 28.700 indústrias e 1,4 milhão de postos de trabalho no setor. Especialistas defendem o resgate da política industrial brasileira, mas sob novas bases. A palavra agora é neoindustrialização.

Há algumas décadas, o Brasil era o 25.º país em complexidade de sua economia. Hoje, chegou à 50.ª posição. Países como a China fizeram o caminho inverso: ela se tornou competitiva em setores de ponta, transformou-se numa economia que já é mais complexa que a da Dinamarca e, nesse percurso, levantou centenas de milhões de trabalhadores da pobreza. No Brasil, a renda do trabalho teve uma queda de 2% em 2022, atingindo o menor valor em dez anos.

A neoindustrialização é o processo de modernização e evolução da indústria, enfatizando inovação, compromisso ambiental e integração com cadeias produtivas internacionais. Está inserida em um contexto global de políticas industriais modernas, muitas vezes orientadas por estratégias que buscam trazer respostas aos grandes desafios de nossa sociedade, como o combate às mudanças climáticas ou acesso à saúde de qualidade.

Para especialistas, a neoindustrialização brasileira requer iniciativa, planejamento e gestão. A diversificação precisa ser criteriosa, a partir dos setores em que o País já tem know-how, na direção daqueles que podem gerar maior valor adicionado e nos quais temos capacidade de ser competitivos.

Nos últimos anos, a economia brasileira enfrentou um processo de desindustrialização acelerada e de primarização da pauta de exportações, com o aumento da importância das commodities. Entretanto, não há dúvida de que o Brasil tem potencial para se tornar um player global na economia verde.

O País possui vantagens geográficas, recursos naturais abundantes e uma matriz energética diversificada, que podem ser alavancados para impulsionar a neoindustrialização e posicionar-se como líder global em inovação e sustentabilidade.

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