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Nº 5822
Opinião

DIA A DIA ASSIM TEM QUE SER .

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Por Alfredo Gazzaneo Brandão – engenheiro civil e membro da Academia Alagoana de Letras | Edição do dia 31/10/2023 - Matéria atualizada em 31/10/2023 às 04h00


Frase curta, forte, que encerra toda e qualquer discussão. Não há o que questionar. Está claro, é um basta, um final de texto.

Será racional, aceitá-la em todos os casos e situações ou haverá outras possibilidades, algo que possa ser feito de forma a impedir que tenha que ser assim?

Algumas situações, embora possam parecer assim terem que ser ou acontecer, podem ter um desfeche diferente, a depender de intervenções possíveis de serem realizadas.

Em outros casos, como na morte, a sentença não nos dá o direito à apelação, é um fim esperado que, apesar de indesejado, é impossível de ser alterado. Nesse caso, podemos afirmar, com toda a segurança que é assim, dessa forma que tem que ser.

Sou bastante resistente a aceitar o uso do verbo no tempo imperativo.

Sou mais receptivo a pedir, que a ordenar e, por analogia, a analisar uma solicitação do que executar ordens.

Tenho um temperamento favorável ao diálogo, no qual minhas decisões, sejam pautadas em consequência de discussões, análises e, formação de pontos de vista, aceitação e entendimento.

A proibição desperta em mim uma curiosidade voraz., um desejo incontrolável de transgredir, conhecer, entender e desvendar seus porquês.

A curiosidade sempre foi uma característica muito marcante no meu temperamento, fato que, por várias vezes, colocou-me em situações desagradáveis, mal interpretadas e de consequências indesejadas.

Por outro lado, na demais situações, faz-me agir de forma consciente, coerente, antevendo, na maioria das vezes, as consequências que poderão advir desse comportamento irrequieto, questionador e desbravador.

Não sei se qualidade ou defeito, mas tenho que entender para aceitar. Se aceito o que me é imposto, sem questionar, sem ao menos tentar compreender, digo tentar pois, tenho consciência de não ter capacidade de tudo entender. Há coisas que, independente da minha vontade, estão fora do meu alcance e, consequentemente, do meu entendimento, mas certamente, estarão no rol das questões não resolvidas, aceitas, para não dizer impostas, com restrições.

Nesse campo, de forma bastante clara, estão as questões religiosas.

Lembro de São Tomé, para ele, era fundamental, ver para crer, e questiono, se ele tinha esse temperamento e foi santo, eu posso tê-lo, sendo um simples mortal.

Os mistérios e dogmas da minha religião, que nos são impostos e têm que ser aceitos sem explicação, são, para mim, motivos de eternos questionamentos, de difícil aceitação. Evito neles pensar, se não os posso entender. Prefiro aceitar que existe um ser superior, a quem chamo de Deus, que tudo criou, de forma magistral, absoluta e, até o presente momento, apesar de todas as pesquisas e gastos com experiências e estudos, nenhuma explicação foi encontrada, que conteste a perfeição do universo e dos seres vivos que nele habitam, categoria da qual fazemos parte com orgulho e satisfação.

Deus é único. Por Ele, tenho sim, o maior respeito e admiração. Com Ele converso, agradeço, faço minhas orações e pedidos e sinto que sou acolhido, assim, sinto-me bem.

As religiões, que são as mais diversas, são , no meu entendimento, os caminhos para se chegar a Ele, que é um só e absoluto. Por esse motivo, respeito toda e qualquer crença e religião, pois o livre arbítrio nos dá o direito de escolher o melhor caminho, aquele que nos lavará à última estação, a final, onde o encontraremos de braços abertos para nos receber.

Não sei se essa é a formas mais correta de ser, não sou o dono da verdade total, apenas da minha, que já me dá bastante trabalho e preocupação, mas faz parte do meu eu e me fortalece.

Aprendi que a vida é composta por dois momentos principais: o nascimento e a morte. Nesse intervalo de tempo, passamos por diversas fases. Nas duas primeiras, aprendemos, formamos nossa personalidade. Nas demais fases, aperfeiçoamos nossos conhecimentos, criamos nossa identidade e, a partir desse estágio passamos a andar com nossas próprias pernas e, consequentemente a sermos responsáveis por nossos atos.

Como adultos, seremos os formadores de opinião, orientadores dos que nos seguirão cumprindo, dessa forma, o ciclo da vida, afinal, é ASSIM TEM QUE SER.

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