Opinião
Problema antigo

Mais uma vez o quadro da saúde pública em Alagoas é ressaltado nas manchetes devido a um problema também existente em outros estados, mas que não deixa de ser por demais deplorável e preocupante: a existência de apenas dois hospitais Santa Mônica, estadual, e o Universitário, federal - em toda a rede pública no Estado, em condições para atendimentos a bebês e gestantes de alto risco. E as conseqüências só poderiam ser as mesmas de outros anos e de meses recentes. É incrível que ainda tenhamos de conviver com situações assim, que servem para aumentar as preocupações, principalmente em relação às crianças e mulheres pobres deste País, quando as necessidades nessa área são bastante antigas. E enquanto instituições nacionais e internacionais, começando pela Organização Mundial de Saúde (OMS), reforçam as advertências e investem cada vez mais em atenções básicas nessa área. Um dos resultados disso é a campanha Mães e crianças saudáveis: tenho direito à saúde e minha mãe também. Por ocasião das comemorações do Dia Mundial da Saúde, realizadas este mês em Brasília, foram divulgados alguns dados mais que suficientes para provocar o direcionamento de parte das prioridades das três esferas de governo para a melhoria da assistência à população pelo Sistema Único de Saúde. Ou não devemos ter mais preocupações diante dos números mostrando que de cada 63 mil bebês nascidos prematuros, 47 mil morrem em decorrência de complicações, entre elas as respiratórias? Um estudo divulgado pela própria OMS estima que, em um ano, quase 11 milhões de crianças e mais de meio milhão de mulheres em todo mundo vão morrer por problemas que poderiam ter sido evitados. As informações também dão conta de que anualmente 529 mil mulheres morrem durante a gravidez e 3,3 milhões de bebês morrem ao nascer.