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Nº 5759
Opinião

As incertezas da vida .

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Por Marcos Davi Melo - médico e membro da AAL e do IHGAL | Edição do dia 02/12/2023 - Matéria atualizada em 02/12/2023 às 04h00

Em um mundo submetido a um ritmo imenso de velocidade de transformações, nós temos um nível muito alto de incertezas em nossas vidas. A incerteza está presente em nossas histórias de vida pessoais, na nossa história coletiva, sem poupar ninguém, mas ela não deve nos vencer.

O filósofo Immanuel Kant afirmava: “Mede-se a inteligência de um indivíduo pelo número de incertezas que ele é capaz de suportar”. Entendendo-se que suportar não é se dobrar, não é ser derrotado pela incerteza. Suportar é não sucumbir a uma incerteza, não ser por ela subjugado.

As incertezas da vida podem ser permanentes, como saber se vamos viver muito e bem, pois a toda hora vemos pessoas muito jovens desaparecerem subitamente, como foi na pandemia ou mesmo sendo vítimas de um mal súbito, mas muitas vezes são transitórias. Evidentemente, quem vive na incerteza não consegue dar nenhum passo, mas não admitir que as incertezas estão presentes em nossas vidas é uma atitude de quem fica sempre aguardando a completa certeza para dar o passo seguinte.

Para darmos um passo à frente, a busca pelo conhecimento é indispensável. Duas situações recentes fortalecem essa constatação. Uma aqui batendo às nossas portas: é a situação de agravamento das ameaças à estrutura geológica da região do Mutange e suas adjacências, em vista das minas decorrentes da exploração do sal-gema. Há anos que estudiosos - como o engenheiro Abel Galindo, da Ufal - alertam para esses riscos. Atualmente, Maceió, um destino turístico preferencial nacionalmente, vê-se objeto de farto e indesejável noticiário por essa delicada (e evitável?) questão.

Outra situação, embora geograficamente distante, mas também delicadíssima, é a guerra entre Israel e o Hamas. Embora as pequenas tréguas e trocas de reféns deem algum alento ao mundo, os levantamentos feitos por instituições de pesquisas respeitadas trazendo o conhecimento de que maioria de ambas as populações são contrárias à existência de duas nações independentes (única forma de convivência pacífica na região) reduz as possibilidades de que os trágicos conflitos naquela região tenham um final definitivo.

Inevitavelmente, as incertezas serão sempre nossas companheiras de vida. Resta-nos procurar o conhecimento e buscar a reflexão de que poderemos estar errados em nossas convicções. Assim sendo, a humildade e a honestidade intelectual nos ajudarão a conviver muito melhor com elas.

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