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quarta-feira, 26/03/2025 | Ano | Nº 5931
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Marcos Davi Melo * Embora a reunião realizada entre líderes latino-americanos e árabes, em Brasília, tenha ocupado um privilegiado espaço na mídia e se tenha propalado um desfecho com grandes vantagens comerciais para o Brasil, para o País e para as suas futuras gerações, o que está acontecendo em São Paulo, tendo como foco a gestão de Marta Suplicy na prefeitura, é infinitamente mais importante. Ali, o Ministério Público afirma que, com o apoio do Executivo Federal, a ex-prefeita teria mandado às favas a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), um dos poucos instrumentos efetivos na tentativa de controlar a gastança irrefreável dos governos; em um país que com raríssimas exceções costuma esbanjar e desperdiçar o erário público. Peri a passu, após debochada denúncia pública de FHC, Palocci reconheceu que junto com a bancada do PT tinha errado ao votar contra a aprovação da LRF. Errar é humano, e reconhecer o erro, como o fez Palocci é um ato de modéstia e humildade dos mais louváveis. Mas, naquela ocasião, o PT tinha a capacidade de avaliar a importância da LRF, todavia, como oposição, presumiu que tudo que viesse do governo tinha que ser combatido. Postura besta que faz parte da cultura política do País. Agora a situação é mais grave, o engodo em não aplicar a LRF implica em prática amplamente condenada pelos setores mais lúcidos da sociedade, para os quais o simples pedido de desculpas que ainda não foi feito e não se sabe se o será - caso comprovado o fato - não será recebido com a mesma tolerância. O respeito à LRF é o mínimo que se espera dos executivos em todas as suas instâncias - federal, estadual e municipal - mesmo se sabendo que os que a respeitam não garantem um atestado de boa conduta na gestão dos recursos públicos, mas pelo menos neste item -- gastar somente o que arrecada, como ensina qualquer boa dona-de-casa do Jacintinho - estão equilibrados, o que entre nós já é um avanço. Atos como os 20 mil novos funcionários públicos contratados pelo governo federal, via medidas provisórias, associados a um paquidérmico e ineficiente Judiciário e ainda o aumento que Severino quer para o Legislativo, são sinais evidentes de um crescente descontrole dos gastos públicos. Sem melhoras na prestação dos serviços estatais, tão esperados pela população. Em um País que não reajusta os valores pagos aos hospitais e médicos há mais de 10 anos e que tem como um dos maiores entraves ao desenvolvimento o descontrole dos gastos públicos, esta farra com o erário é, de longe, a maior chaga aberta do País. (*) É médico

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