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quinta-feira, 27/03/2025 | Ano | Nº 5932
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Marcial Lima * A possibilidade de sua extinção chegou à imprensa. E como, para o cidadão comum, não há clareza no que se concerne à reforma administrativa que se pretende levar a efeito na Prefeitura Municipal, não sabemos se a Fundação de Ação Cultural simplesmente deixará de existir ou se será atrelada à Educação ou ao Turismo. Seja qual for a opção, estaremos na contramão da história. Sabemos que sempre houve uma percepção equivocada sobre o papel da Cultura, tanto quanto sobre o sentido de ação cultural. Tal fato castra qualquer iniciativa que acene para o estabelecimento de políticas públicas, o que induz a uma miopia crônica, onde a ênfase das denominadas realizações culturais, se situa, quase sempre, no circunstancial. Fica claro: o discurso que louva a cidadania é meramente retórico. Os que governam, ansiando visibilidade imediata, têm pressa, ignoram que o fortalecimento das instituições carecem de um processo, inclusive de qualificação de pessoas, que são, afinal, os elementos propulsores de todas as ações. Os que deles recebem delegação de poder, quase sempre são muito cautelosos: temem abrir portas e janelas, sentindo-se mais seguros entre os seus, e só a eles ouvem. São muitos zelosos com a manifestação cultural de sua preferência: as outras concepções são apenas toleradas e, por assim ser, recebem um arremedo de atenção. Como se todas elas não fossem merecedoras de respeito e luta por sua preservação. E os nossos companheiros que declamam, cantam, dançam, tocam, representam, ocupam os espaços acadêmicos, como se comportam no coletivo? Quantas vezes, aceitando as diferenças, se uniram, fazendo-se respeitar; levando aos tantos que almejam ou ocupam um cargo público uma proposta amadurecida, coerente, alicerçando um projeto de Estado? Vamos esperar que o Diário Oficial sacramente o destino da Fundação Cultural, para só então ocuparmos espaços na mídia em discursos tão indignados quanto estéreis? Ou vamos somar alma e coragem para, com o respeito que sua excelência merece, pelo cargo que ocupa, dele requerer o respeito que também merecemos, por cidadãos que somos? E junto a isso esclarecê-lo sobre o papel fundador das expressões artístico-culturais na vida de uma população, o sentido da cultura enquanto facilitadora das relações humanas. Não esquecendo os legisladores, de igual modo responsáveis pelo futuro desta nossa Maceió: tão bonita e, às vezes, tão mal- amada. (*) É ator e professor da rede pública de ensino.

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