Opinião
A��es para o campo

Os trabalhadores rurais envolvidos na luta pela reforma agrária acabam de obter do governo, entre outras garantias resultantes das reivindicações feitas na mais recente marcha nacional a Brasília promovida pelo Movimento dos Sem-Terra, a reafirmação do compromisso de que será cumprida a meta anunciada para a atual administração de assentar 400 mil até o fim da atual administração, incluindo as 115 mil previstas para este ano. Para isso, como disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, será encaminhado ao Congresso ainda este mês. A categoria conseguiu também nas negociações com o governo, durante as mobilizações realizadas com protestos e tumultos na capital federal, nesta semana, a garantia de atualização dos índices de produtividade que determinam a produção mínima do agricultor para a terra ser considerada produtiva. E ainda outros compromissos, como os alusivos à reestruturação e fortalecimento do Instituto Nacional de Reforma e Colonização Agrária (Incra), o descontingenciamento dos recursos do Programa Nacional na Reforma Agrária (Pronera) e acesso fácil ao crédito para assentados. Há notícias de satisfação de militantes do MST por causa dessas novas garantias. Que elas sejam concretizadas com uma série de ações que continuam sendo reivindicadas e são indispensáveis ao País que terminou chegando no século 21 convivendo com graves e sangrentos conflitos no campo e os mais diversos efeitos das injustiças sociais. Com dados, como os Atlas Fundiário do Incra, citados pelo senador Capibaribe no Senado, terça-feira, mostrando cerca de 30 milhões de pessoas expulsas do meio rural nas últimas décadas e 1.385 assassinatos de trabalhadores e lideranças de movimentos que lutam pela terra e pela reforma agrária nos últimos 20 anos.