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Nº 5759
Opinião

Novos protestos

Os trabalhadores brasileiros não foram os únicos que saíram às ruas por ocasião das comemorações que marcaram o Dia Internacional dos Trabalhadores, com protestos contra o desemprego e a miséria. E também em defesa de algumas de suas mais importantes conq

Por | Edição do dia 03/05/2002 - Matéria atualizada em 03/05/2002 às 00h00

Os trabalhadores brasileiros não foram os únicos que saíram às ruas por ocasião das comemorações que marcaram o Dia Internacional dos Trabalhadores, com protestos contra o desemprego e a miséria. E também em defesa de algumas de suas mais importantes conquistas agora ameaçadas com projetos de reforma das leis trabalhistas. Na cidade italiana de Bolonha, por exemplo, milhares de pessoas se manifestaram não apenas em relação ao terrorismo, mas também contrárias à reforma na área do trabalho defendida pelo governo e já contestada com uma recente greve geral. Cerca de 600 mil trabalhadores também estiveram participando das manifestações no Japão, onde as reduções salariais e as demissões foram o foco das reivindicações. Por sua vez, o papa João Paulo II dedicou ao trabalho o discurso habitual das quartas-feiras, destacando os efeitos virtuosos do trabalho e a sua capacidade de tornar “o homem mais homem”, porque “o trabalho é uma virtude”. No Brasil, no mesmo dia, o ministro do Trabalho, Paulo Jobim, defendeu a retomada da discussão do projeto do governo que altera a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), argumentando que as mudanças previstas incentivarão as negociações. Trata-se de uma das propostas mais polêmicas submetidas, nos últimos anos, à apreciação dos representantes do povo no Congresso Nacional. E ela não pode ser aprovada sem que os legisladores se esforcem no sentido de fazer com que o governo promova os meios necessários para evitar o avanço das desigualdades sociais acentuadas com o desemprego e a queda do poder aquisitivo, principalmente dos assalariados. Antes de tudo, é preciso que o poder político direcione mais as suas atenções ao atendimento das necessidades dos trabalhadores de baixa renda. E não se esqueça que a promoção do emprego é uma das principais obrigações do governante. E para se evitar conflitos, tensões e combater à miséria e outros problemas sociais, é necessário que as providências governamentais na área econômica não mais contribuam para o crescimento da exclusão, para dificultar os investimentos que podem ser usados na formação e capacitação dos trabalhadores e na expansão, diversificação e modernização das fontes geradoras de emprego e renda.

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