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Como superar o �dio

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Dom Fernando Iório * É científico e não apenas teoria que é o ódio a expressão externa de determinado sentimento de medo íntimo. As pessoas odeiam porque sentem medo, porque se encontram inseguras. Frank Caprio esclarece que o ódio nada mais é do que reação emocional adquirida contra os insultos do “ego” ou qualquer coisa que ameaça a nossa segurança. Assim, a pessoa mais propensa a odiar não é outra senão aquela capaz de abrigar sentimentos de inferioridade, tornando-se frustrada, ansiosa, desconfiada, medrosa. Não deixa de ser provável, portanto, estarem as pessoas, que odeiam, mais expostas a padrões de ódio de que participaram, durante a infância. Provém o ódio, não poucas vezes, da ira, quando esta se conserva, corroendo o íntimo do ser humano, como o vinagre que vai, aos poucos, destruindo as paredes do recipiente que o contém. O homem irado anda sempre envenenado pela inveja que é a tristeza que se sente pelo êxito do outro. Julga-se que o êxito ou bem alheio diminui o próprio. Tal sentimento reflete-se no somático, provocando úlceras, urticária, dores de cabeça, insônia, inapetência... O Livro dos Provérbios (14.30) adverte que a “inveja devora os ossos”. A inveja queima o coração, seca a carne, fadiga o entendimento, rouba a paz da consciência, tornam nublados os dias da vida. Saul, despedaçado pela inveja, enfrentava os dias acorrentado pelo mal-estar. Não suportava o sucesso de Davi, entregando-se ao ódio e ao desejo de roubar-lhe a vida. Quando tentamos vingar-nos, ferimos mais a nós do que ao outro. A inveja e a ira abreviam nossos dias, fazendo a velhice chegar antes do tempo, ensina-nos o Ec 30.26. No dizer de Hagmaier e Gleason, quando alguém consegue considerar-se pessoa aceitável, confiando na própria personalidade, refletindo auto-estima, deixa de ver nas qualidades e triunfos dos outros ameaças à própria autonomia. Aos gálatas adverte São Paulo (5.16): “Não sejamos ávidos de vanglória, provocando ódio e tendo inveja uns dos outros”. Como o Poverello de Assis, podemos cantar: “Senhor, onde houver ódio que eu leve o amor, onde houver ofensa que eu distribua o perdão”. Contemplemos, ainda, o Cristo vestido de Rei com o manto de escárneo, diante de Pilatos, logo após, atado à coluna da flagelação, mais além cravado na cruz, há de dizer, em alta exclamação: “Pai, perdoa a este povo, porque não sabe o que está fazendo”. Muito antes, Cristo ensinava a rezar, dizendo: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido”. (*) É bispo de Palmeira dos Índios.

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