Opinião
Botando ponto nos is

Vinícius Maia Nobre * Decorridos mais de dez por cento do mandato do atual prefeito de Maceió, tempo suficiente de colocar a casa arrumada, é chegada à hora de questionar e cobrar as promessas de campanha. Uma delas, reforma da estrutura administrativa com a conseqüente e necessária redução dos cargos em comissão, parece-me que não irá muito adiante. Quanto às obras, essas sim, ficam com saudades das animações dentro do Vale do Reginaldo. O saneamento, a construção de casas em locais saudáveis e seguros e uma avenida de fazer inveja aos boulevards parisienses ou free ways californianas. Confesso que na época fiquei entusiasmado a despeito de sugerir a outro candidato à Prefeitura que deveríamos, no seu programa de administração, projetar e dar início às obras de saneamento do vale, executando-as a partir da montante para jusante. Jamais fazer como aqueles em passado recente, os quais desejando que todos tomassem banho de mar na Praia da Avenida, partiram para o saneamento da região do Canal do Salgadinho ficando inconcluso e sem finalidade. Os coliformes fecais e detritos de lixo continuam aumentando. Aos novos auxiliares da Prefeitura o mínimo que se solicita é que ao projetar obras dêem conhecimento a população e as discuta com a sociedade e não adotem posturas como seus antecessores que assim não procediam. Vejam o clássico exemplo do viaduto Ib Gatto, comentado anteriormente nos seus aspectos de concepção quanto ao sentido do trânsito, estrutural e de adoção dos materiais empregados. A crítica procedia. Caso estudassem origem e destino dos transeuntes no seu entorno, verificariam que eles seriam drasticamente prejudicados. O fluxo em sua maioria cerca de 90 ou mais por cento, demanda do bairro do Poço para o centro e vice versa. E agora? Colocam um azulzinho como popularmente chamam os agentes de trânsito municipais junto a uma das pilastras, apito na boca, prontos para interromper os veículos que trafegam por baixo daquela monstrenga estrutura, a fim de que os assustados pedestres sigam seu curso normal. Afinal o pedestre deve ser também resguardado das inconveniências de um cruzamento de vias. Quanto tempo vamos observar para que o complexo de obras naquele local fique com finalidade correta para todos? Um trecho está praticamente pronto; o segundo terá indenizações de fundo de quintal, daí ficar facilitada essa via de mão dupla que em muito deverá melhorar a trânsito dos que vão para o litoral norte e bairros da orla. Ficam as sugestões e a esperança que a inércia seja vencida. (*) É engenheiro.