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Opinião

Chumbo grosso

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Eduardo Bomfim * O governo do presidente Lula encontra-se envolto em um jogo brutal. Atacado por todos os lados, com denúncias de corrupção em cascata, perplexo politicamente, com uma frágil base de apoio, procura manobrar em mar revolto. Assim, a crise assume proporções gravíssimas. Pode chegar ao clima de instabilidade aguda e daí para um quadro de situação de ingovernabilidade será um pequeno passo. A primeira medida para estancar a crise será a apuração de todos os casos de corrupção que já se apresentam em cascata. Sabemos que não estamos diante de uma onda benéfica de moralidade que tomou conta da nação. Até porque as forças políticas que comandam uma espécie de linchamento do governo, representam, em sua maioria, o poder econômico, e mantêm a sua vasta representatividade parlamentar através do pleno exercício do voto de cabresto, da máquina financeira, praticamente sem limites. Quem não sabe da existência deste expediente, que foi sendo sofisticado ao longo dos tempos, acompanhando a “modernidade” do novo milênio? A sofisticação tecnológica e da informática fizeram com que o fisiologismo adquirisse formas mais avançadas e eficientes. O elemento novo e bombástico da situação atual é que a esquerda, paradigma da ética na política, encontra-se sob fogo cerrado, acusada de corrupção. O Partido dos Trabalhadores, surgido no fim dos anos setenta, representava uma mistura de organização sem as características das tradicionais agremiações marxistas, como o centralismo democrático, por exemplo. Incorporando diversas tendências em seu bojo, e assumindo para si a bandeira da moralidade, desfraldada até 1964 pela União Democrática Nacional, a UDN de Carlos Lacerda. Pela sua particularidade de estar sempre associada às manobras golpistas, o famoso e sarcástico jornalista, Barão de Itararé, cunhou outro slogan para a indefectível UDN: o preço da vigilância era a eterna liberdade. Diferente da UDN, o PT possui peculiaridades de partido profundamente democrático e engajado nas lutas sociais dos trabalhadores. Ao denunciar as velhas elites econômicas, o PT sempre combateu o uso da máquina do poder e do voto comprado que corrompia as consciências de uma população pobre, indefesa e carente. As mesmas elites, que sempre se utilizaram dos mecanismos denunciados, passou a acusadora, muito embora, jamais abdicará das suas prerrogativas de comandar o país por meio da força do dinheiro e do clientelismo. O objetivo central destas mesmas elites não é uma luta pela moralidade, mas derrotar por pontos ou nocaute, o governo Lula. (*) É advogado.

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