Periferia insegura

Como de resto em todas as capitais e cidades de maior porte brasileiras, o banditismo continua crescendo e impondo suas vontades em áreas urbanas cada vez maiores. Às vezes, assistindo aos telejornais ou lendo notícias na mídia impressa nacional, parece coisa muito distante certos extremos como as cenas de traficantes fechando avenidas e túneis no coração do Rio de Janeiro. Numa primeira impressão parece coisa de outro país. Mas se olharmos a nossa volta, teremos a certeza que estamos no mesmo País. A anarquia bandoleira que afeta o Rio de Janeiro, proporcionalmente, nos afeta também. Pois em Maceió os bandidos, cada vez mais, seguem ditando ordens em várias áreas urbanas. Esse foi o fato abordado na edição de ontem da Gazeta, quando o drama de vários conjuntos habitacionais foi tema de reportagem. Os bandidos estão dando as cartas nos conjuntos Gama Lins, Denisson Menezes, Lucila Toledo, Santa Helena e Village Campestre II – isso só para falar nas áreas estudadas pela reportagem. Situação deplorável a dos moradores desses conjuntos. Pelas denúncias, a cada dia a marginalidade se impõe, e até postos de policiamento são invadidos por grupos de bandidos, que põem a polícia para correr. E o pior é que tal desmando não tende a diminuir, muito pelo contrário – todas as perspectivas, a curto e médio prazos, apontam para um agravamento do problema, até pela impotência dos programas sociais em vigor e pela ausência de políticas públicas que estimulem um aumento na ofertas de oportunidades de emprego e renda. Como sabemos que dias piores nos esperam, do ponto de vista social, é hora de serem implementadas novas e mais eficientes políticas de segurança pública, pois a população desses conjuntos – como se já não lhes bastassem a opressão da pobreza – não podem continuar refém dos bandidos.