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A crise e as elites

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Durante discurso proferido na quinta-feira passada, 28 de julho, o presidente Lula mandou um recado curto e grosso ao afirmar que “a economia brasileira é [ainda] vulnerável” e que “não podemos brincar nesta parte”. A fala teve endereço certo: as elites financeiras, o supra-sumo das elites nacionais associadas internacionalmente com os donos do dinheiro do mundo. O conteúdo do recado é igualmente claro, sinalizando a manutenção das diretrizes econômicas herdadas do governo FHC e ampliadas ainda mais em seu governo. Para os interessados em economia e política, o presidente da República comprometeu-se com a manutenção da maior taxa de juro do mundo e com o viés de crescimento da taxa Selic (mantido em permanente ascensão desde o início de seu governo). Esse compromisso básico é reafirmado para dissipar temores das elites de que viesse a ser tomada alguma medida de afrouxamento dessa camisa de força que asfixia a economia e impede qualquer ação prática no sentido do desenvolvimento. As expectativas de alguma medida deste tipo (como redução nos juros ou no superávit primário) foram infladas com o aprofundamento da crise política. Não resta dúvida da vulnerabilidade da economia brasileira, mas o caminho adotado para buscar seu fortalecimento merece reflexões e tem recebido muitas críticas, da própria esquerda petista até do conjunto do empresariado brasileiro. Não resta dúvida de que ninguém possa defender soluções demagógicas, aventureiras ou populistas, mas é evidente que o caminho adotado desde FHC e radicalizado com a chegada do PT ao poder, não pode levar ao desenvolvimento sustentado. A crise atual poderia ter ajudado os principais dirigentes do País a repensarem o caminho econômico trilhado e daí inovadoras propostas poderiam surgir. Mas tudo indica que nem mesmo a crise está a estimular a criatividade neste campo.

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