Opinião
Trag�dia crescente

Domingo, 31 de julho de 2005, a Gazeta voltou a abordar um tema crucial: a escalada da criminalidade urbana em Maceió. E não tenham dúvidas que nossa pauta vai se manter atenta e vigilante sobre esse assunto, pois isso diz respeito à cidadania como um todo. Há poucas décadas, praticamente a única área urbana que despertava preocupações especiais quanto à segurança pública, sendo apresentada como a única favela de Maceió, era o Ouricuri. Depois, o foco dessas atenções (e até de certo preconceito) foi deslocado para o Jacintinho. Hoje só é possível focar esse problema se usarmos vários holofotes, apontados praticamente para todas as direções da urbe maceioense. Se pesquisarmos as memórias da crônica policial em Maceió, as histórias mais cabeludas desses dois antigos focos de problemas parecerão coisa de criança. O quadro de hoje apavora pela quantidade e qualidade das ações criminosas praticadas nas áreas consideradas periféricas. Por falar nisso, nada mais inadequado que considerar como periferia as áreas onde se espalham as moradias de baixa renda, até porque algumas das mais perigosas grotas estão estrategicamente encravadas entre setores altamente valorizados da malha urbana maceioense. Além da assustadora multiplicidade dos eventos criminosos ocorridos nessas áreas desfavorecidas, é chocante a crescente participação de jovens e até crianças nesse submundo. A gravidade do problema reforça a necessidade de ampliação da atuação policial e comprova que a solução de tragédia dessa monta nunca será encontrada apenas pela via policial. Fazem-se necessárias ousadas políticas públicas destinadas a enfrentar este problema pela via social, reduzindo a exclusão, ofertando a essas martirizadas populações novas oportunidades de vida. Sem isso, essa tragédia só será multiplicada.