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Alagoas de luto

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| Humberto Martins * A morte do empresário José Aprígio Brandão Vilela, aos 55 anos de idade, ocorrida há alguns dias, em São Paulo, onde se submetia a tratamento contra a insidiosa doença que o acometia, cobre de luto Alagoas, palco de suas realizações. Não existe uma só pessoa que tendo convivido com Aprígio - era assim que lhe chamavam os amigos - não seja testemunha do seu espírito conciliador, da sua generosidade e notável capacidade de trabalho. Filho do velho senador Teotônio Vilela, ele atuou na atividade empresarial com o mesmo entusiasmo que marcou os históricos passos do saudoso político alagoano na cena nacional, deixando o irmão, senador Theo Vilela, trilhar a seara político-partidária. Inatacável no relacionamento familiar, correto nas relações com os companheiros de trabalho, liderança nata, Aprígio fazia da lealdade seu apanágio. Não havia obstáculo que o detivesse ou intimidasse. A diversidade de atividades que exercia - administração da usina da família, diretoria da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar de Alagoas, diretoria da Socôco, criatório de cavalos de raça, indústria de laticínios - jamais o afastou do convívio com os amigos. A alegria com que participava de vaquejadas e de outras manifestações regionais era a mesma que exibia na atuação profissional. Digno de registro, entre outros feitos de importância, a participação que teve, há mais de duas décadas, ao lado dos industriais João Tenório e José Ribeiro Toledo Filho, na recuperação da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar de Alagoas, uma das vigas mestras da economia local. Embora não exercendo a vida pública, sua posição influente, nos bastidores, sempre foi no sentido de que se adotassem as melhores soluções para o futuro de Alagoas. Ao deixar o Instituto do Açúcar e do Álcool, IAA, após curto período, - ele que tinha a marca indelével da agilidade da empresa privada - criou condições para entregar o comando daquela repartição, então importantíssima para Alagoas e o Nordeste - nas mãos de outro alagoano, o empresário José Ribeiro Toledo Filho. Perderam todos com a morte precoce de José Aprígio. Sua família, que ficou sem o chefe responsável e solidário, suas empresas, que estão sem a grande referência, seus amigos, órfãos inconformados da sua amizade, Alagoas, que se valia do seu dinamismo e dos seus conhecimentos para progredir e melhorar. Mas todos nós, inspirados no seu exemplo, haveremos de prosseguir no caminho que ele trilhou ao longo de uma vida plena de êxitos que só a morte conseguiu interromper. Alagoas está de luto! (*) É desembargador do TJ-AL.

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