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| Conceição Freire * Acho que esse momento é oportuno, apesar de tudo o que está acontecendo, para fazermos uma limpeza no Brasil. Mas, para fazermos isso, precisamos resgatar tudo o que ocorreu no passado, e não só no que está sendo denunciado hoje. A nossa memória política da década recente precisa ser refrescada. Relembremos, para não esquecermos nunca, do começo da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o caso da vigilância da Amazônia (Sivam), onde houve denúncias de corrupção e tráfico de influência. Em agosto de 1995, tivemos o escândalo da Pasta Rosa, onde o então presidente FHC beneficiou com R$ 9,6 bilhões o Banco Econômico, para favorecer um aliado. O terceiro caso ocorreu em novembro de 1996, quando veio à tona uma falcatrua envolvendo precatórios no pagamento de títulos do Departamento de Estradas de Rodagem (DNER). Em relação à compra de votos em 1997 quando ocorreu a reeleição de FHC, houve fartas suspeitas e indícios, mas o pedido de CPI foi bombardeado pelos governistas, não sendo possível instalar a referida CPI. No início de 1999 houve aquela grande desvalorização do real, num nítido estelionato eleitoral promovido por FHC. Ele socorreu com R$ 1,6 bilhão os bancos Marca e Fontecidam, ambos vinculados a tucanos. Eduardo Jorge, que era secretário-geral do governo, foi alvo de várias denúncias de esquemas de liberação de verbas, montagem de caixa dois, lobby para favorecer empresas, uso de recursos dos fundos de pensão no processo das privatizações e a privataria do sistema Telebrás, onde grampos no BNDES flagraram conversas entre o ministro das Comunicações de FHC e o dirigente do banco. Eles articulavam apoio da Previ – Caixa de Previdência do Banco do Brasil, para beneficiar o consórcio do Banco Oportunity, que tinha como um dos seus proprietários um tucano. A negociata teve valor estimado de R$ 24 bilhões. Na CPI da corrupção em 2001 foram arrolados 28 casos de corrupção na esfera federal, e o governo na época conseguiu, junto a seus aliados, fazer com que nada fosse investigado e tudo virasse pizza. Agora chegou a hora de o Brasil passar por um momento pedagógico. O governo tem problemas, mas uma das marcas do presidente Lula é seu empenho na apuração de denúncias de corrupção, com 1234 pessoas presas, incluindo aí políticos, juízes, policiais e servidores públicos corruptos. Inclusive a mídia está tendo amplo espaço para divulgar tudo o que quer, coisa que parece não ter ocorrido naquela época. Portanto, todos merecem respeito, inclusive a maioria dos petistas, que nada tem a ver com isso. O povo do Brasil merece respeito! (*) É diretora do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas.

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