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Homenagens a Nise da Silveira

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| José Medeiros * As comemorações de centenário de nascimento de personalidades alagoanas que se destacaram na literatura, na ciência ou em outros setores da atividade humana, têm concorrido para um maior conhecimento de suas vidas e de seus desempenhos. Assim aconteceu, recentemente, com o centenário de Arthur Ramos e, agora, repetem-se com as homenagens à médica psiquiatra Nise da Silveira. À celebração de Arthur Ramos, em 2003, incorporou-se a cidade de Pilar, através de setores culturais e políticos. No plano estadual, o Conselho Regional de Medicina (leia-se médico e presidente Emanuel Fortes Cavalcante) conseguiu reunir entidades científicas e culturais que se engajaram no projeto de fazer o homenageado mais conhecido em todo o Estado. Um concurso foi realizado nas escolas da rede estadual de ensino sobre fatos e feitos desse antropólogo e cientista social. Ninguém ama aquilo que não conhece. Uma tarefa óbvia que se impõe nas comemorações centenárias é a de fazer que os personagens homenageados sejam distinguidos e amados pela população. O desfile escolar comemorativo do “16 de setembro”, que ocorreu na semana passada, teve a ilustre médica como temática principal. Nessa ocasião, foram entregues prêmios aos vencedores do concurso escolar sobre a vida dessa psiquiatra. Tive a honra de participar da comissão julgadora do concurso. No exame dos trabalhos escolares fiquei agradavelmente surpreendido com o bom nível de alguns, por vezes, escritos por alunos de regiões distantes da capital. Paralelamente, a vida e a obra da psiquiatra alagoana vão ser estudadas, analisadas e debatidas durante o “Seminário Internacional Nise da Silveira”, que será realizado, com o aval do Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde e Conselho Regional de Medicina. Quem teve a oportunidade de visitar a exposição de telas e gravuras dos doentes do Hospital Portugal Ramalho, pôde observar que Nise tinha razão quando insistiu na terapia ocupacional, como precioso recurso no tratamento psiquiátrico. As pinturas revelam linguagem artística, rica e criativa, que, nos esquizofrênicos, é originada no inconsciente, esse mar de águas escuras ainda pouco exploradas. Uma comparação da qual gosto muito: Nise foi o Graciliano Ramos da ciência. Um gigante de erudição científica. Homenagear a memória daqueles que fazem parte de nossa história é cultivar o sentimento alagoano, a “alagoanidade”, nossa identidade cultural e cívica. (*) É médico e ex-secretário de Educação e de Saúde.

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