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Nº 5759
Opinião

O nascimento de Jesus

| Dom José Carlos Melo, CM * O mundo inteiro vive a alegria contagiante do Natal de Jesus preconizada pelos anjos aos pastores: “Eu vos anuncio uma grande alegria: nasceu hoje na cidade de Davi o Salvador da humanidade”. Essa celebração é um convite para

Por | Edição do dia 18/12/2005 - Matéria atualizada em 18/12/2005 às 00h00

| Dom José Carlos Melo, CM * O mundo inteiro vive a alegria contagiante do Natal de Jesus preconizada pelos anjos aos pastores: “Eu vos anuncio uma grande alegria: nasceu hoje na cidade de Davi o Salvador da humanidade”. Essa celebração é um convite para uma parada, para uma reflexão sobre esse mistério sempre novo e atual. Para isso recordamos a valiosa contribuição do Abade São Máximo: “O Verbo de Deus nasceu segundo a carne uma vez por todas. Mas pela bondade e condescendência para com os homens, quer nascer sempre espiritualmente naqueles que o desejam”. Esse grande mistério da encarnação de Deus permanecerá sempre mistério, tendo em vista a seguinte pergunta do mesmo Abade: “Como pode o Verbo, totalmente Deus por natureza, fazer-se totalmente homem por natureza, sem detrimento algum das duas naturezas, nem da divina, na qual é Deus, nem da humana, na qual se fez homem? Com esse questionamento de fé, exorta Santo Agostinho: “Alegremo-nos com esta graça... na verdade, que graça maior Deus poderia nos conceder do que, tendo um único Filho, fazê-lo Filho do homem e reciprocamente fazer os filhos dos homens serem filhos de Deus!”. O nascimento de Jesus alimenta nossa vida espiritual e nos encaminha para uma grande luz. Recordamos a palavra da lei e dos profetas que é entendida à luz da fé, semelhante a uma estrela que conduz ao conhecimento do Verbo encarnado todos os que foram chamados pelo poder da graça, segundo o desígnio de Deus. Referindo-se à encarnação do Verbo, com sabedoria afirmava Paulo aos Gálatas: “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4. 4). Nessas palavras do apóstolo descobrimos ao mesmo tempo dois aspectos do mistério: a divindade e a humanidade do Filho que nos foi enviado por Deus. Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. E na contemplação desse mistério, podemos realizar um profundo mergulho na divindade, guiados seguramente por João Evangelista no prólogo do seu Evangelho que nos diz: “E o Verbo de Deus se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jô 1. 14). E como quem conheceu de perto e o experimentou mais intimamente ele conclui: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jô 1. 4). Mas a essa altura uma pergunta nos vem naturalmente à mente: Por que essa aproximação entre o céu e a terra, por que a união entre o infinito e o finito, entre o divino e o humano? Sem dúvida, é unicamente o amor de Deus para com os homens. Só o amor é capaz de estreitar essas duas realidades. (*) É arcebispo metropolitano de Maceió.

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