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Nº 5759
Opinião

Meu caminho para Ele

| DOM FERNANDO IÓRIO * Talvez as mãos fortes e afetuosas de minha mãe, e a decisão vigorosa de meu pai, em proclamar a sua crença, tenham me conduzido lentamente ao Cristo de minha fé, hoje adulta e responsável. Criança, ainda, comecei a empolgar-me dia

Por | Edição do dia 20/12/2005 - Matéria atualizada em 20/12/2005 às 00h00

| DOM FERNANDO IÓRIO * Talvez as mãos fortes e afetuosas de minha mãe, e a decisão vigorosa de meu pai, em proclamar a sua crença, tenham me conduzido lentamente ao Cristo de minha fé, hoje adulta e responsável. Criança, ainda, comecei a empolgar-me diante daquele menino divino nascido na manjedoura de Belém que pe. Antônio de Mendonça Monteiro me apresentava como razão do seu sacerdócio. Era eu, então, freqüentador da Paróquia de Jaraguá, da Senhora Mãe do Povo e do Bom Jesus dos Navegantes, como “Cruzado da Eucaristia”. O vigor da pregação de pe. Monteiro, incomparável pároco de Jaraguá, semeou no terreno do meu ser aquela semente de esperança de, um dia, ser pregador, como o era meu pároco. Aos 11 anos, meus passos para o antigo Liceu Alagoano mudaram de rumo para o Seminário Metropolitano de Maceió, onde me aguardava a figura sábia e ascética de pe. Adelmo Machado, reitor daquela casa de formação. Desde então, o fascínio por Jesus Cristo me empolgou. Nunca deixei de acompanhar-lhe os passos, no compasso de Seu caminhar humilde e altaneiro, consciente de Sua divindade e livre dos descaminhos das ideologias dominadoras. Durante minha formação filosófica e teológica, sempre contemplei Jesus na dor, no sofrimento, nas ciladas ignominiosas, na sádica flagelação, no caminho da cruz, como no expirar do Calvário. Imaginava Sua divindade aparentemente obnubilada pela Sua aparência quenótica, sem nada minimizar a divindade ontológica de que teve consciência em todos os momentos da vida. Adolesci, pensando na Sua humildade, ao mesmo tempo simples e majestosa; empolgando-me quando confessava: “Eu e o Pai Somos um” (Jo 10.30), “Quem vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). Jamais divisei descompasso nas palavras e atitudes desse Homem-Deus, na Sua missão de redimir a humanidade pecadora e decaída. Seu nascimento e ressurreição coloquei-os à minha reflexão: se me impressionava Sua divindade, na gruta, ofuscada pela cortina de carne, muito mais me empolgava Sua Ressurreição gloriosa, no domingo inesquecível da Festa Pascal. Cristo ressuscitado hominizou-me, tornando-se dentro de mim revelado. Sou um sacerdote fascinado por Jesus Cristo que nunca me desamou e me enganou, nas horas mais atrozes de minha vida. Por isso, creio que se ontem eu O amava, hoje O amo mais do que ontem, e, amanhã muito mais do que hoje. (*) É bispo de Palmeira dos Índios.

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