app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5759
Opinião

Temor justific�vel - Editorial

Ontem, o ouvidor nacional agrário reconheceu que “a situação de Alagoas é muito preocupante”. A autoridade federal se reuniu, mais uma vez, com as autoridades alagoanas para tratar dos conflitos que envolvem trabalhadores ditos sem-terra, comunidades desc

Por | Edição do dia 22/12/2005 - Matéria atualizada em 22/12/2005 às 00h00

Ontem, o ouvidor nacional agrário reconheceu que “a situação de Alagoas é muito preocupante”. A autoridade federal se reuniu, mais uma vez, com as autoridades alagoanas para tratar dos conflitos que envolvem trabalhadores ditos sem-terra, comunidades descendentes dos índios e proprietários rurais. E as contradições vieram à tona, o que não pode ser considerado novidade. Antes que novos acontecimentos trágicos (como o assassinato de um dos líderes dos sem-terra no município de Atalaia) sirvam para agravar ainda mais as tensões e dificultem ainda mais as ações que visam garantir alguns resultados positivos na questão agrária. Está mais do que provado que não somente as repartições policiais é que devem estar cada vez melhor preparadas para atuarem diante de problemas como os causadores da óbvia constatação manifestada pelo ouvidor. Todas as instituições públicas deveriam ter as condições necessárias para contribuir efetivamente nessa conflituosa realidade comum a todo o campo brasileiro. Os investimentos continuam insuficientes e difíceis quando se trata da necessidade de mais assistência às comunidades rurais. Sobretudo no que diz respeito ao equacionamento das mais antigas e piores questões que vão da má distribuição das riquezas à efetiva falta de meios e condições para que os pobres – depois de contemplados com um naco de terra – possam produzir e possam sair de sua condição de miséria. Os problemas da terra, depois de mais de 500 anos de descoberto, continua a ser um grande problema no Brasil. O País ainda não conseguiu uma política para o campo que viesse a significar um ponto final nesse “barril de pólvora” da reforma agrária. Em Alagoas, esses problemas parecem crescer sempre. Situação preocupante (há muito tempo) que exige soluções práticas e urgentes.

Mais matérias
desta edição