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Nº 5759
Opinião

Casa do pobre

| Dom José Carlos Melo, CM * São Vicente de Paulo, universalmente conhecido como o Pai dos Pobres, o Apóstolo da Caridade, afirma: “O pobre é meu peso e minha dor”. Com essas palavras, ele pretende traduzir o seu profundo amor e o seu compromisso com o p

Por | Edição do dia 25/12/2005 - Matéria atualizada em 25/12/2005 às 00h00

| Dom José Carlos Melo, CM * São Vicente de Paulo, universalmente conhecido como o Pai dos Pobres, o Apóstolo da Caridade, afirma: “O pobre é meu peso e minha dor”. Com essas palavras, ele pretende traduzir o seu profundo amor e o seu compromisso com o pobre, a partir de Jesus Cristo. Em 31 de janeiro de 1932, com o espírito idealizador e futurista dos cônegos João Batista Vanderley e José Guimarães Lobo, foi inaugurada a Casa do pobre de Maceió. A inauguração contou com presença de várias autoridades da época. O cônego José Guimarães Lobo em seu relatório de inauguração escreveu: “Nasceu a nossa Colônia de uma inspiração que, pela aceitação que teve, só posso classificar de feliz e meritória do cônego João Batista Vanderley, logo a mim comunicada, imediatamente louvada, aplaudida, abraçada, com todos os veras de minha alma, e para cuja realização tenho posto toda a insignificância do meu esforço e de minha dedicação”. Com essa perspectiva de ajudar os mais necessitados, o trabalho social da Casa do pobre foi sendo aos poucos desenvolvido. No dia 05 de fevereiro de 1935, a convite do arcebispo dom Santino, chegaram as irmãs de caridade, filhas do pai dos pobres, São Vicente de Paulo. Vieram do Rio de Janeiro, no navio Dom Pedro II. O trabalho das irmãs foi tão importante que ainda no primeiro semestre do mesmo ano, a diretoria escrevia em relatório para a superiora da Casa, irmã Helena Coelho: “É com a máxima satisfação que registramos mais uma vez a soma de benefícios que as filhas da caridade vão prestando, não só aos pobrezinhos que nelas encontram o carinho e desvelo de verdadeiras mães, como também à diretoria da instituição, que se sente gravemente aliviada em suas responsabilidades e muito grata a tão delicadas auxiliares”. É importante compreendermos neste período tão bonito do Natal de Jesus, que a pobreza é um estado que designa não somente a falta de bens materiais, mais também deficiências físicas, psíquicas e intelectuais, a dominação, o impedimento de se poder valer as potencialidades, a impossibilidade de determinar, por si mesmo, o próprio modo de vida. É a visão sociológica do pobre e suas conseqüências. Mas para nós cristãos, segundo a escritura sagrada, pobreza é um modelo de vida que já desponta no Antigo Testamento no tipo dos “Pobres de Javé” e é vivido e proclamado por Jesus Cristo como bem-aventurança. A miséria, porém, é uma conseqüência da injustiça social, fruto de uma desorganizada e uma injusta distribuição de renda. (*) É arcebispo metropolitano de Maceió.

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