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Nº 5759
Opinião

Problemas na educa��o

| HUMBERTO MARTINS * O trabalho dos governos, nos planos federal, estadual e municipal, e da iniciativa privada, mobilizados pela opinião pública, conseguiu aumentar o número de crianças e adolescentes brasileiros que freqüentam os bancos escolares. Mas

Por | Edição do dia 27/12/2005 - Matéria atualizada em 27/12/2005 às 00h00

| HUMBERTO MARTINS * O trabalho dos governos, nos planos federal, estadual e municipal, e da iniciativa privada, mobilizados pela opinião pública, conseguiu aumentar o número de crianças e adolescentes brasileiros que freqüentam os bancos escolares. Mas a qualidade do ensino continua ruim, conseqüêcia do preparo insuficiente dos mestres, da falta de estrutura dos estabelecimentos de ensino e de uma série de outros fatos negativos, dentre os quais se sobressai o pauperismo que assola mais de 10% das famílias. Remunerar melhor os professores - tentando a dedicação em tempo integral ao mister de educar - ministrar treinamento aos mestres, equipar e proporcionar segurança às escolas parecem, na atual quadra da vida nacional, os caminhos aconselháveis para alcançar os objetivos colimados. O Brasil está em acentuado risco de não atingir parte das metas de educação projetadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre 121 países, em qualidade de ensino, nosso País aparece em 71º lugar. Apenas 85% das crianças chegam à 5ª série do ensino fundamental, 85º lugar, próximo a países africanos como Zâmbia e Senegal. Esses dados constam do relatório global Educação para Todos, 2006, divulgado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Baseiam-se no Índice de Desenvolvimento da Educação (IDE). Dados de alfabetização, matrícula na escola primária e qualidade da educação são alguns dos fatores considerados. A repetência no Brasil, a mais grave na América Latina, e o pouco tempo em que as crianças ficam na escola são dois dos aspectos negativos da educação no País. Dezoito por cento das meninas e 25% dos meninos repetem o ano. Em situação negativa idêntica, no mundo, em matéria de educação, estão um total de 20 países. Com 16 milhões de analfabetos, pouco menos de 10% da população, o Brasil terá de fazer um grande esforço para recuperar o tempo perdido. É ocioso acrescentar que qualquer progresso material, por mais expressivo que seja, pouco vale se a população não tiver uma sólida base educacional e cultural. O mundo está repleto de situações que atestam essa verdade. Para citar poucos exemplos, a Arábia Saudita, no Oriente Médio, e a Venezuela, nossa vizinha na América do Sul, que exportam bilhões de dólares cada ano em petróleo, vivem em lamentável situação social porque seus povos não têm educação e cultura. (*) É desembargador do TJ/AL.

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