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Nº 5759
Opinião

Emo��es de fim de ano

| JOSÉ MEDEIROS * Esta semana tive grandes alegrias. O Natal é para a maioria das pessoas uma festa de comemorações e entusiasmos; para outras, traz nostalgias e saudades de um passado que entristece. Procuro cultivar alegrias; as lembranças tristes guar

Por | Edição do dia 28/12/2005 - Matéria atualizada em 28/12/2005 às 00h00

| JOSÉ MEDEIROS * Esta semana tive grandes alegrias. O Natal é para a maioria das pessoas uma festa de comemorações e entusiasmos; para outras, traz nostalgias e saudades de um passado que entristece. Procuro cultivar alegrias; as lembranças tristes guardo no baú de minhas sagradas recordações. Antes do Natal, voltei ao local onde nasci na fazenda Mata Verde, em Traipu. O último percurso dessa viagem sentimental, fizemos numa pequena lancha que venceu alguns quilômetros das correntezas do Rio São Francisco. Acompanhavam-me os netos, que ainda não conheciam o local onde passei boa parte de minha adolescência. Preparei-me para hastear uma bandeira branca - de trégua e de paz - com as fortes emoções que poderiam advir dessa visita ao lugar do meu nascimento, uma pequena propriedade acariciada pelos beijos de espumas da artéria fluvial san-franciscana. Recito, para os netos, versos do poeta Da Costa e Silva: “Saudade! Olhar de minha mãe rezando, / E o pranto lento deslizando em fio... / Saudade! Amor de minha terra... O rio / Cantigas de águas claras soluçando... Nessa viagem, tínhamos outro objetivo: participar da festa anual da padroeira da cidade de Traipu, Nossa Senhora do Ó, cuja história remonta ao século XVIII. Os que aqui moram se juntam aos que voltam à cidade, nessa época do ano, impulsionados pela força da tradição e da fé. Por vezes, são pessoas que vêm de muito longe para homenagear a padroeira. Acredito que a fé é o combustível e a couraça da esperança. Em Traipu, reencontro pessoas de meu conhecimento e amizade. Abriga-nos a tradicional residência do Miltinho - um amigo com quem sempre contei - amizade continuada em seus famíliares, representadas por Nilce, Fernando Antônio, Walter e Lúcia Lima Dias. Fim de ano é sempre época de agitações e festividades. É, também, momento de avaliação dos acertos e erros cometidos ao longo do período, de análises do que se foi e expectativas do que virá. Acredito no poeta quando diz “que a vida deve ser bem vivida, reinventada a cada dia, renovada a cada mês, cada vez mais aproveitada, vez que o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem”. Quase sempre, o fim do ano funciona como centro irradiador de esperanças, vencendo amarguras, tristezas e decepções do que se foi e deixando saudades das alegrias vividas. (*) É médico e ex-secretário de Educação e de Saúde.

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