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Nº 5759
Opinião

It�lia, p�tria da arte

| LYSETTE LYRA * Saímos de Veneza rumo a Florença. Chegamos já bem tarde. Jantamos e fomos dormir. Precisávamos estar dispostos para a visita do dia seguinte. Florença está ficando quase impossível de ser visitada. A quantidade de turistas é cada vez ma

Por | Edição do dia 04/01/2006 - Matéria atualizada em 04/01/2006 às 00h00

| LYSETTE LYRA * Saímos de Veneza rumo a Florença. Chegamos já bem tarde. Jantamos e fomos dormir. Precisávamos estar dispostos para a visita do dia seguinte. Florença está ficando quase impossível de ser visitada. A quantidade de turistas é cada vez maior. Suas ruas estreitas, por onde circula uma quantidade incrível de motos, bicicletas, carros, coletivos e gente, estão praticamente inacessíveis. Os transportes de turismo agora não podem parar próximo aos monumentos. Anda-se a pé para vê-los. Eu e minha cadeira de rodas fizemos verdadeiras estripulias para acompanhar o grupo, mas conseguimos chegar ao Duomo, a enorme catedral de Santa Maria da Flor, que é de uma beleza extrema, com seus muros em mármore de três cores, como todos os edifícios florentinos do século XIII. Seus frontões trabalhados em mármore e mosaicos dourados, sua imensa cúpula projetada por Brunelleschi, são detalhes que o mundo todo admira. Grandes artistas deixaram seu talento neste templo: Giotto, Arnolfo Cambio, Miguel Ângelo, Talenti, Donatello. O batistério é uma jóia. Suas três portas de entrada em bronze dourado são trabalhadas em excelentes relevos. Uma delas, sobretudo, é tão perfeita que Miguel Ângelo a chamava de “Porta do Paraíso”. O belíssimo campanário é obra de Giotto. No interior da igreja existe, entre inúmeras estátuas de famosos artistas, uma das Piedades inacabadas, feitas por Miguel Ângelo para ornar o túmulo do Papa Júlio II. Uma luz suave e colorida desce dos magníficos vitrais, em forma de rosáceas, e vem brincar no chão de mármore da velha catedral. Com dificuldade, conseguimos chegar à Praça da Senhoria. Quanta gente se acotovela nas ruas apertadas dessa cidade antiga e bela, com seus ricos monumentos e seus prédios estilo renascença! Passamos pelo Palácio Uffisi, galeria de arte que reúne afamadas pinturas dos séculos XII ao XVIII, pertencentes à coleção dos Medici e Lorena. Chegamos à praça que tem por fundo o Palácio Vecchio, de linhas severas, construído em pedras vermelhas. Contrasta com as estátuas e com a fonte de Netuno, tendo no centro a figura do deus dos mares, em mármore branco, colocadas a sua entrada. Em frente à Lonja da Senhoria, de linhas góticas, avultam esculturas vigorosas de artistas italianos, entre as quais o Perseu, obra prima de Benevenuto Celline. Encaminhamo-nos para as bandas do Rio Arno que banha a cidade. Atravessamos a Ponte Vecchia, com seu aspecto estranho, pois tem construções de ambos os lados. São joalherias, em cujas vitrines admiramos magníficas peças de grande valor e beleza. Daí demos uma passadinha no Mercado da Palha que vende o artesanato da região. (*) É escritora.

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