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Nº 5759
Opinião

Esperan�a

| Anilda Leão * Mais um ano chegou ao fim e, mais uma vez, a esperança renasce em nossos corações. A esperança de uma vida melhor para todos e para cada um individualmente. Esperança de boa saúde, de bom relacionamento familiar, de um dinheirinho a mai

Por | Edição do dia 05/01/2006 - Matéria atualizada em 05/01/2006 às 00h00

| Anilda Leão * Mais um ano chegou ao fim e, mais uma vez, a esperança renasce em nossos corações. A esperança de uma vida melhor para todos e para cada um individualmente. Esperança de boa saúde, de bom relacionamento familiar, de um dinheirinho a mais para melhor cuidar da família e de nós mesmos. Esperança de bons negócios, de maior desenvolvimento do Estado e do País. E que aqueles índices negativos, que tanto nos envergonham, continuem a melhorar, sejam quem forem os governantes escolhidos nas eleições do ano que inicia. Falamos do lado material da vida, mas e os nossos espíritos? Será que, depois de anos e anos fazendo parte da humanidade, nós que somos feitos não apenas da matéria carnal, mas também da espiritual, estaremos preparados para cuidar de nós mesmos de maneira integral? Os materialistas costumam rir de quem acredita que somos constituídos também de uma alma, principalmente alguns homens da ciência, se bem que muitos desses já começam, aos poucos, a admitir a possibilidade da transcendência do ser humano. Sei que não é fácil falar de esperança para aqueles deserdados da sorte, aos miseráveis, aos famintos que, infelizmente, ainda formam a maioria da nossa população. Dia desses perguntei a um de meus “afilhados”, rapaz jovem e desempregado, o que ele esperava do novo ano. Respondeu-me, simplesmente, que gostaria de trabalhar, para cuidar da mãe doente e criar melhor os filhos. De um menino, desses que perambulam pelos semáforos de nossa cidade, sem qualquer amparo dos poderes constituídos, ouvi o desejo de estudar para ser doutor. E respondendo a essa mesma pergunta, uma garota, adolescente nos seus treze anos, me disse apenas que reza muito para não se prostituir, como tem visto acontecer com muitas de suas amiguinhas. E então, devemos nos desesperar diante do quadro negro que nos mostra o mundo em nossa volta? Podemos cruzar os braços ante tanta miséria e tanta injustiça que presenciamos em nosso dia a dia? Como falar de esperança em um país em que as iniqüidades vão se tornando cada vez mais banais e em que tantos nem mais se comovem com a situação de penúria de seus semelhantes? É preciso que nos agarremos ao aforismo que prega que enquanto há vida, há esperança. E esperar, com muita fé, que aqueles que nós colocamos no poder se apercebam que a existência de todos e a nossa própria sobrevivência como nação dependem de uma palavrinha que anda esquecida, nesses tempos de malas e cuecas recheadas de dinheiro: Solidariedade. Aí, sim, sempre haverá esperança!. (*) É escritora, atriz e poeta.

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