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Nº 5901
Opinião

Paz sob amea�a - Editorial

Há muitos séculos, é fato sobejamente conhecido que cada personalidade pública gera as mais diferentes visões acerca de seu papel, suas qualidades e seus defeitos. Quanto mais significativa a liderança e mais controverso o cenário de seu tempo, as paixões

Por | Edição do dia 08/01/2006 - Matéria atualizada em 08/01/2006 às 00h00

Há muitos séculos, é fato sobejamente conhecido que cada personalidade pública gera as mais diferentes visões acerca de seu papel, suas qualidades e seus defeitos. Quanto mais significativa a liderança e mais controverso o cenário de seu tempo, as paixões políticas e ideológicas formam imagens distintas. O maturar do tempo oferece julgamentos mais aproximados da verdade. Esse é o caso das lideranças envolvidas no processo cruento que opõe israelenses e palestinos desde a criação do Estado de Israel. Ambos os lados espalham versões de ataque sobre as lideranças de seus adversários. Pelo julgamento dessas paixões, só existiriam terroristas desalmados, assassinos e racistas no Oriente Médio. Que existem terroristas, assassinos e racistas (todos desalmados) naquela região, isto é indiscutível. Mas é igualmente indiscutível que a maioria dos povos ali sobreviventes aspiram pela paz. Em sua agonia dos últimos dias, Ariel Sharon foi julgado como herói e bandido. Os radicais islâmicos e israelitas consideraram o suplício de Sharon um “castigo divino”. Uns, acusando-o de traidor do “povo de Deus” ao promover a retirada dos colonos judeus da Faixa de Gaza; outros garantindo que Alá estaria a cobrar o massacre de palestinos. Os mais lúcidos, de ambos os lados, preocupam-se com o futuro imediato do processo de paz na região e reconhecem que o velho guerreiro, também conhecido como “Arik”, era uma figura insubstituível nesta caminhada. E todos que torcem pela paz, hoje, torcem pela sobrevivência do esforço pacifista e para que os veredictos apressados e radicais não triunfem neste momento de tensão.

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